Divulgação/Universal Pictures
Manuel Garcia-Rulfo, Luna Blaise, David Iacono e Audrina Miranda tiverem a atenção central do filme em certos momentos
O novo Jurassic World chegou aos cinemas com pompa, efeitos visuais de ponta e um orçamento de US$ 180 milhões (R$ 980 milhões). No entanto, mesmo com um elenco repleto de estrelas, como Scarlett Johansson, Mahershala Ali e Jonathan Bailey, o filme surpreende por dar mais destaque a uma trama paralela, e talvez mais carismática, envolvendo uma família em apuros durante uma expedição que dá errado.
Anunciado como um reboot da franquia que começou em 1993 com Jurassic Park, o longa prometia uma nova era para os dinossauros no cinema. A expectativa era de que os grandes nomes do elenco liderassem a história, com Johansson no centro da ação. Mas a produção opta por seguir caminhos alternativos –e controversos– ao apostar em um drama familiar genérico que rouba o tempo de tela dos protagonistas.
Jonathan Bailey, conhecido por seu trabalho em Bridgerton, é praticamente coadjuvante na trama, mesmo após sua escalação ter sido celebrada como uma renovação do universo Jurassic. Mahershala Ali, duas vezes vencedor do Oscar, também tem uma participação discreta, limitada a diálogos expositivos e cenas que não aproveitam seu talento. Scarlett Johansson, mesmo sendo o maior nome do elenco, passa parte do filme presa a cenas de reação e diálogos vazios.
A grande aposta narrativa parece ter sido a história da família que se vê isolada numa ilha após o naufrágio de seu barco, uma linha narrativa que ocupa boa parte do segundo ato. Os integrantes do núcleo são novatos no cinema, e suas atuações são competentes, mas não justificam o foco excessivo que recebem. A escolha de acompanhá-los ao invés de explorar melhor os dinossauros ou os personagens principais é um dos pontos mais questionáveis do longa.
Manuel Garcia-Rulfo, Luna Blaise, David Iacono e Audrina Miranda tiverem a atenção central do filme, especialmente quando o filme queria um respiro do trio de protagonistas.
Com isso, a grandiosidade prometida pelo orçamento bilionário perde força. Os efeitos visuais continuam impressionantes, com criaturas digitais realistas e sequências de ação bem coreografadas. Mas a sensação é de desperdício de talento, tanto do elenco quanto da equipe técnica, em uma história que parece temer ousar demais.
Dirigido por Gareth Edwards (Rogue One), o filme até tenta retomar o clima de suspense e maravilhamento dos longas originais, mas não consegue equilibrar os tons. A tensão é diluída por escolhas narrativas lentas, e o impacto emocional é enfraquecido pela superficialidade dos novos personagens.
Mesmo assim, o novo Jurassic World já encontrou sucesso nas bilheterias. A força da marca e o apelo visual seguem fortes, principalmente entre o público mais jovem. Inclusive, o filme teve uma estreia acima das expectativas. Recomeço já arrecadou mais de US$ 318 milhões (R$ 1,7 bilhão).
Desse jeito, Scarlett Johansson se tornou a estrela de maior bilheteria mundial em papéis principais. Ela ultrapassou Samuel L. Jackson, que até então liderava o ranking com participações em grandes franquias como Star Wars e Vingadores.
Victor Cierro
Repórter da Tangerina, Victor Cierro é viciado em quadrinhos e cultura pop e decidiu que seria jornalista aos 9 anos. É cria da casa: antes da Tangerina, estagiou no Notícias da TV, escrevendo sobre filmes e séries.
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