FILMES E SÉRIES

Sally e Jack em O Estranho Mundo de Jack

Divulgação/Touchstone Pictures

HENRY SELICK

Diretor de O Estranho Mundo de Jack reclama de Tim Burton: ‘Fez pouco’

O cineasta Henry Selick se cansou de ficar calado e ver o amigo levar todo o crédito pelo musical que mistura Halloween e Natal

Luciano Guaraldo

A animação em stop motion O Estranho Mundo de Jack (1993) é comumente valorizada como uma das melhores obras dirigidas por Tim Burton. Mas tem um detalhe: o cineasta não é o diretor da produção! E Henry Selick, o homem que realmente comandou o longa, se cansou de ficar calado e ver o amigo levar todo o crédito. “Ele tem pouco a ver com O Estranho Mundo de Jack”, desabafou.

Em entrevista ao The A.V. Club para promover Wendell & Wild (2022), Selick falou que considera toda a campanha de divulgação do longa de 1993 injusta, porque o promove como uma obra de Tim Burton. O diretor de Grandes Olhos (2014) bolou a história e o design dos personagens e contratou um editor para deixar o filme mais fluido, mas parou por aí.

“Tim Burton estava em Los Angeles fazendo dois filmes diferentes [Edward Mãos de Tesoura e Batman: O Retorno] enquanto eu dirigia O Estranho Mundo de Jack. E não tenho dúvidas de que Tim é um gênio, nem de que ele estava em sua época mais criativa. Eu sempre achei que a história que ele criou era perfeita, e ele desenhou os personagens principais. Mas eu trouxe tudo à vida com a minha equipe, não com ele”, alfinetou Selick.

O cineasta brincou que já ganhou muitas apostas de bar dizendo que ele era o diretor de O Estranho Mundo de Jack. “O meu problema é que eu tive que esperar muito tempo até que as pessoas reconhecessem que eu fiz animações. Eu gosto de fazer colaborações. Coraline [2009] é baseado em um livro de Neil Gaiman. Em Wendell & Wild, eu trabalho com Jordan Peele. Esses nomes obviamente ajudam a tirar o projeto do papel. Mas sou eu que lidero as equipes que fazem os filmes.”

Curiosamente, apesar de não ter levado os créditos, Henry Selick voltou a trabalhar com Tim Burton em James e o Pêssego Gigante (1996), outra animação em stop motion. A parceria não continuou em A Noiva Cadáver (2005), que Burton dirigiu com Mike Johnson, nem em Frankenweenie (2012), que o cineasta comandou sozinho.

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Luciano Guaraldo

Editor-chefe da Tangerina. Antes, foi editor do Notícias da TV, onde atuou durante cinco anos. Também passou por Diário de São Paulo e Rede BOM DIA de jornais.

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