O que diz a crítica sobre a série true crime de Amanda Knox

A História Distorcida de Amanda Knox, uma nova série dramática true crime de oito episódios, está em alta no Disney+ no Brasil. A produção mergulha na história real de Amanda Knox. Neste texto, vale dizer, vamos resumir rapidamente o que aconteceu no caso –então, se não quiser spoilers, melhor salvar para ler depois.

Interpretada por Grace Van Patten, a protagonista é uma estudante norte-americana que foi acusada, condenada e posteriormente inocentada do assassinato de sua colega de quarto britânica, Meredith Kercher, enquanto ambas estudavam em Perugia, Itália, no outono de 2007.

A série disponível no Disney+, com novos episódios liberados sempre às quartas, explora as múltiplas injustiças que Knox enfrentou, incluindo uma confissão coagida pela polícia italiana em uma língua que ela mal dominava, a falsa acusação de difamar seu empregador e a manipulação através de uma mentira sobre um falso teste positivo para HIV. A mídia sensacionalista rotulou-a de “Foxy Knoxy”, definindo sua história e reputação desde jovem.

Enquanto Knox era o centro das atenções, o assassino real, Rudy Guede, foi ligado ao crime por fortes evidências de DNA e condenado em um julgamento separado. A própria Amanda Knox é uma das produtoras executivas da série, que revisita e sintetiza suas narrativas anteriores, incluindo memórias e um documentário de 2016.

Recepção da crítica

As opiniões da crítica sobre A História Distorcida de Amanda Knox têm sido variadas, mas com pontos em comum sobre seus objetivos e execução. No Rotten Tomatoes, a produção tem aprovação de 74% dos críticos, enquanto no IMDb a nota atual do público é de apenas 5,8/10.

A Variety observa que a série efetivamente induz indignação em nome de Knox, tornando-se mais interessante após sua condenação inicial ao explorar aspectos menos conhecidos e mais complexos de sua jornada.

O The Hollywood Reporter a descreve como uma abordagem astuta e convincente do true crime, que, ao focar na mulher falsamente condenada, questiona o próprio apetite do público por essas histórias e direciona o horror para o sistema de justiça criminal.

A Time, embora critique a falta de uma visão clara sobre quem realmente é Amanda Knox, reconhece que a série é extremamente simpática à protagonista, e que a interpretação de Grace Van Patten é admirável. Roger Ebert aponta que os episódios finais são os mais esclarecedores, revelando a luta de Knox para se adaptar à vida após a prisão e adicionando uma perspectiva humana a um caso supercoberto.

No entanto, as críticas também ressaltam falhas. A BBC entende que a série é mal concebida, com um tom inconsistente que apresenta Knox de forma “leve e engraçada” antes de comentários inoportunos, além de tentar romantizar a história e empregar uma narração “irreverente millennial” que diminui a gravidade do caso.

Críticos da Time e Roger Ebert concordam que a série não acrescenta o suficiente para aqueles que já conhecem a história, muitas vezes repetindo eventos conhecidos sem aprofundar. Há uma crítica persistente de que, apesar de tentar corrigir a narrativa de Knox, a série continua a marginalizar Meredith Kercher, a vítima, e outros personagens importantes como Rudy Guede e Patrick Lumumba, falhando em dar-lhes mais profundidade.

A BBC destaca ainda que a família de Kercher não quis envolvimento com a produção de A História Distorcida de Amanda Knox, o que levanta questões éticas sobre a centralização de Knox às custas da outra vítima.