Oscar 2023: Rússia anuncia boicote, e chefe do cinema pede demissão

A tensão política afeta, mais uma vez, a indústria cinematográfica. Depois de ficar fora do Emmy, a Rússia decidiu boicotar o Oscar 2023. O conflito entre o país e a Ucrânia, além do envolvimento dos Estados Unidos, causou o boicote. No entanto, a decisão de ficar de fora da categoria de filmes internacionais causou revolta no comitê e o chefe de cinema do país, Pavel Tchoukhraï, pediu demissão.

Recentemente, a Rússia acusou os EUA de interferir na guerra contra a Ucrânia. Desde então, a nação europeia ameaçou cortar todos os laços com os norte-americanos. Mas a decisão de boicote pegou Pavel Tchoukhraï desprevenido.

Em entrevista à AFP, o antigo chefe do comitê que seleciona o candidato russo a uma vaga no Oscar contou que o boicote foi feito sem seu consentimento. E, por isso, Tchoukhraï decidiu abandonar o cargo de destaque no cinema europeu.

A última indicação da Rússia no Oscar foi em 2018. Na época, Sem Amor perdeu a categoria de melhor filme internacional para Uma Mulher Fantástica, do Chile. No entanto, os russos já saíram vitoriosos da premiação. Em 1995, O Sol Enganador ganhou a estatueta do prêmio de melhor longa estrangeiro.

Agora, o cenário do cinema na Rússia deve passar por uma mudança. Além de Tchoukhraï, Nikolaï Dostal —outro membro do comitê— pediu demissão. Em entrevista ao TASS, Nikita Mikhalkov, cineasta que é um forte defensor do presidente russo Vladimir Putin e preside o Sindicato dos Cinematógrafos da Rússia, disse que “não fazia sentido” selecionar um filme que representasse o país nos Estados Unidos, que, na prática, “atualmente nega sua existência”.

O Oscar 2023 está programado para 12 de março. Mas, antes disso, as indicações serão anunciadas em 24 de janeiro.