FILMES E SÉRIES

J. K. Simmons em cena de Oz

Divulgação/HBO

HÁ 25 ANOS

‘Primo rejeitado’ de Sopranos, Oz levou sangue e pênis para o SBT

Há exatos 25 anos, estreava a série Oz, um retrato brutal da vida na prisão. Entre nus frontais e muito sangue, a atração transformou a HBO

Luciano Guaraldo

No início dos anos 2000, a HBO se tornou a casa das melhores séries da TV norte-americana. Estavam ali Família Soprano (1999-2007), A Sete Palmos (2001-2005), The Wire (2002-2008) e Deadwood (2004-2006), entre outras. Mas essas atrações devem muito a Oz (1997-2003), drama que desafiou os limites do que poderia ser mostrado na TV. Há exatos 25 anos, em 12 de julho de 1997, a produção criada por Tom Fontana entrava no ar com um retrato brutal (mas extremamente fiel) da vida na prisão, com direito a muito sangue, violência, conspirações e nus frontais –inclusive na versão exibida pelo SBT nas madrugadas.

Apesar de não levar os mesmos créditos de suas “irmãs mais famosas”, Oz foi essencial para o bordão “não é TV, é HBO” se tornar realidade. Na época do lançamento da série prisional, o canal premium não exibia um drama original há mais de uma década, desde o encerramento de Philip Marlowe (1983-1986). Os executivos preferiam focar em comédias como Sonhando Acordado (1990-1996) e The Larry Sanders Show (1992-1998).

Tom Fontana, que tinha no currículo roteiros da série médica St. Elsewhere (1982-1988) e da policial Homicídio (1993-1999), procurou a HBO com a proposta de uma produção diferente de tudo o que era exibido na TV na época. Oz mostrava a vida na Penitenciária Estadual de Oswald, pelo olhar dos presos, dos carcereiros e dos administradores. Em comum, o fato de que todos preferiam estar em qualquer outro lugar que não ali. E também que eram capazes de tudo para sobreviver.

Rita Moreno e Christopher Meloni em Oz

Rita Moreno e Christopher Meloni em Oz

Divulgação/HBO

Em vez de cada episódio contar uma história diferente, as tramas eram interligadas e, muitas vezes, a conclusão de um arco narrativo só acontecia anos depois de sua introdução. Havia dezenas de personagens, e era impossível saber quem sobreviveria até o próximo episódio –afinal, a qualquer momento um deles poderia ser assassinado na sua cela, na academia ou no chuveiro com um corte na jugular.

Os banhos, aliás, eram momentos fundamentais para a trama de Oz. Personagens frequentemente apareciam pelados enquanto discutiam seus planos com os colegas –em um raro momento de privacidade. E, ao contrário de séries como Euphoria ou Minx, a nudez não cabia a figurantes ou a personagens pouco expressivos.

Sem medo do nu frontal, atores como Christopher Meloni (de Law & Order), Harold Perrineau (de Lost), Kirk Acevedo (de Fringe) e Dean Winters (de 30 Rock) exibiram seus corpos em contextos nada sensuais. Até Luke Perry (1966-2019), assolado pela imagem de galã de Barrados no Baile (1990-2000), se despiu pelos corredores de Oz.

Apesar de bastante elogiada por críticos e pelo público, Oz nunca conseguiu o sucesso de outras séries da HBO no circuito de premiações. Recebeu apenas duas indicações ao Emmy, a melhor ator convidado (Charles S. Dutton) e melhor escalação de elenco. Não venceu nenhuma das duas. Mas, sem dúvida, abriu as portas para as atrações já citadas e para tantas outras. Até Game of Thrones (2011-2019), por incrível que pareça, deve sua existência para aquela abordagem brutal de uma vida na prisão.

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QUEM FEZ

Luciano Guaraldo

Editor-chefe da Tangerina. Antes, foi editor do Notícias da TV, onde atuou durante cinco anos. Também passou por Diário de São Paulo e Rede BOM DIA de jornais.

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