Pacificador é a verdadeira história de origem do novo supervilão da DC

A segunda temporada de Pacificador parecia ser apenas mais uma peça do quebra-cabeça montado por James Gunn para ligar a série aos eventos do novo Superman. Mas, na verdade, os episódios mais recentes revelaram algo muito maior: a história de origem de um supervilão que deve se tornar um grande.

No penúltimo episódio, Vigilante (Freddie Stroma) matou uma versão alternativa de Auggie (Robert Patrick), pai de Christopher Smith (John Cena) em outra Terra. A cena foi mais do que um choque para os fãs — ela redefiniu o rumo da trama e escancarou o trauma familiar que acompanha o herói desde a infância. Dessa vez, a perda não serviu como fechamento, mas sim como catalisador para a ascensão de uma nova ameaça.

James Gunn explicou no podcast oficial da série que toda a temporada foi construída para apresentar a gênese de Capitão Triunfo (David Denman). O personagem não vem diretamente dos quadrinhos da DC, mas nasce das cicatrizes emocionais de Keith, irmão alternativo de Chris. Sobrevivente da batalha, ele se mostra instável e vulnerável a ideologias extremistas, o que abre caminho para que seu ódio se transforme em supremacismo e, consequentemente, em vilania.

David Denman em cena de Pacificador

(Foto: Divulgação/HBO Max)

Pacificador é mais que um spin-off

Essa virada transforma Pacificador em muito mais do que um spin-off violento e irônico. A série passa a funcionar como laboratório narrativo, criando um antagonista enraizado na dor do protagonista e com alcance multiversal. Em vez de um vilão genérico inserido no enredo, Gunn plantou uma figura intimamente ligada à história de Chris, o que aumenta o peso emocional da rivalidade.

O impacto da morte de Auggie também extrapola os limites da série. No episódio, Chris entrega o dispositivo de portais dimensionais para Rick Flag Sr. (Frank Grillo), que tinha acabado de fechar um acordo com Lex Luthor (Nicholas Hoult) em Belle Reve. Essa movimentação conecta Pacificador diretamente às próximas tramas do DCU e indica que o nascimento do Capitão Triunfo terá consequências além da telinha.

Com a season finale marcada para esta quinta-feira (9) na HBO Max, ainda não está confirmado se Keith retornará de imediato. Mas Gunn deixou claro: o arco do personagem apenas começou. O vilão pode ressurgir em produções futuras, carregando consigo um enredo que mistura ideologia, dor pessoal e ameaças interdimensionais.

Pacificador fecha sua segunda temporada deixando Christopher Smith mais uma vez dilacerado por traumas familiares, mas também pavimentando o surgimento de um adversário com potencial de marcar a nova era da DCU. O que parecia só mais uma ponte para Superman acabou se revelando como a fundação de um dos maiores vilões do universo compartilhado que James Gunn está construindo.