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Ali Wong e Riley Lai Nelet

Divulgação/Prime Video

ADAPTAÇÃO É FIEL?

Robô, clone e morte: 7 diferenças de Paper Girls das HQs para a série

Primeira temporada da série já está disponível no streaming da Amazon, com várias adaptações feitas ao material original

André Zuliani

A primeira temporada de Paper Girls estreou no Prime Video na sexta-feira (29) e reacendeu uma discussão muito comum nas redes sociais em tempos de inúmeras adaptações de quadrinhos. Afinal, a série é realmente fiel às HQs originais?

Apesar de adaptações ocorrerem na TV e no cinema há décadas, o tema tornou-se extremamente popular com a ascensão do Universo Marvel durante os anos 2010. A cada série ou filme novo lançado, os fãs mais conservadores invadem as mídias para reclamar que certo personagem teve a origem e etnia modificados, ou que eventos importantes de sua obra favorita foram ignoradas.

No caso de Paper Girls, a realidade é a mesma. Inspirada nos quadrinhos criados por Brian K. Vaughan, a série do Prime Video retrata fielmente algumas passagens das HQs, mas abusa da licença poética e de outras liberdades criativas para se distanciar da obra original.

O intuito de fazer modificações em adaptações muitas vezes é para encaixar a obra no formato mais adequado. Fossem reproduzidas fielmente como as páginas das HQs, algumas séries teriam vida extremamente curta e até pouco interessantes para os amantes do audiovisual.

Abaixo, a Tangerina lista algumas das principais diferenças entre os quadrinhos e a série de Paper Girls. Cuidado: a relação contém spoilers da primeira temporada!

Jornaleiras unidas? Nem tanto

Tanto na série quanto nos quadrinhos, a trama de Paper Girls é centrada no quarteto formado por Erin (Riley Lai Nelet), Mac (Sofia Rosinsky), Tiffany (Camryn Jones) e KJ (Fina Strazza). Na manhã seguinte ao Dia das Bruxas, as quatro garotas de 12 anos se veem envolvidas em uma guerra milenar que mistura viagens no tempo, monstros e muita ficção científica.

Embora os primeiros episódios sejam fielmente adaptados das HQs, o restante da primeira temporada acaba se distanciando muito da obra original. Entre estas mudanças, uma das maiores está na dinâmica envolvendo suas quatro protagonistas.

Na série do Prime Video, Eric, Mac, Tiffany e KJ ficam quase que o tempo todo unidas, separando-se apenas por conflitos internos ou dramas externos. Isso não apenas reforça os laços entre as quatro, como ajuda o espectador e se envolver mais com as histórias de cada uma.

Nos quadrinhos, no entanto, esta dinâmica de quarteto é quase inexistente nos primeiros volumes. Quando as jovens são transportadas para o futuro, KJ acaba se separando das outras três, cuja missão principal não é retornar para 1988, mas reencontrar a amiga perdida.

O encontro entre Erins

Na série, as meninas vão para a casa de Mac antes de irem para a de Erin. É aí que elas conhecem a versão mais velha de Erin, que basicamente enlouquece no momento. Nos quadrinhos, as garotas a encontram enquanto perambulam Stony Steam.

A vida da Erin mais velha também é completamente diferente. Nos quadrinhos, apesar de infeliz com suas escolhas, ela ainda mantém uma boa relação com a irmã mais nova, Missy. Já a série destruiu este relacionamento e colocou as duas em conflito pela morte da mãe.

Personagens exclusivos ou adaptados

Uma das maiores mudanças é a inclusão de Larry (Nate Corddry) e Juniper (Celeste Arias). Os dois membros do STF Underground sequer existem nos quadrinhos, mas são uma grande parte do grupo nesta nova versão. Enquanto isso, Dylan (Cliff Chamberlain), irmão mais velho de Mac e um dos principais acertos da série, aparece brevemente nos quadrinhos, mas não reencontra Mac no futuro após a morte da garota.

Robôs gigantes

Uma das principais reclamações dos fãs dos quadrinhos de Paper Girls encontradas nas redes sociais é como a série do Prime Video optou por avançar a sua trama em relação às HQs. Com isso, eventos e personagens introduzidos apenas em volumes posteriores nos quadrinhos surgem já na primeira temporada da atração.

Entre as mudanças mais relevantes entre as duas obras está a introdução do robô gigante que serve não apenas como arma de guerra, mas também como máquina do tempo. Enquanto nos quadrinhos estes robôs surgem apenas mais para a frente, a série adianta este arco para explorar mais o lado científico da obra de Vaughan.

Clones

A existência ou não de clones no universo de Paper Girls é, talvez, uma das surpresas mais empolgantes dos quadrinhos. Este elemento é introduzido com a chegada de uma versão superpoderosa de Erin pré-adolescente, que veio do futuro para tentar encontrar o quarteto.

Na primeira temporada da série do Prime Video, no entanto, não há qualquer aparição de outra versão da jovem Erin. Pelo contrário: nenhum clone é citado ou introduzido nos episódios iniciais, fazendo desta uma das mudanças mais importantes entre a atração e as primeiras HQs da franquia.

Monstros gigantes

Nos quadrinhos, logo após o quarteto ter o seu primeiro contado com viajantes do tempo, monstros bizarros e gigantes começam a aparecer na pequena cidade de Stony Stream. As criaturas, inclusive, provocam caos e destruição entre os moradores locais.

Na série do Prime Video, estas sequências são praticamente ignoradas. Há, sim, a introdução de um pterodátilo usado pelo vilão Grande Pai (Jason Mantzoukas) para acabar com seus rivais. Mas nada próximo da horda de dinossauros voadores criados por Vaughan para a obra original.

A morte de Prioress

Principal vilã da primeira temporada, Prioress (Adina Porter) desempenha um papel maior na série do Prime Video como a pessoa responsável por rastrear as Paper Girls e assegurar que elas não continuem mexendo com o tempo. Nos quadrinhos, contudo, sua importância é diminuta, surgindo apenas durante a batalha de robôs que resultam em sua morte.

Enquanto isso, em uma reviravolta surpresa no final da primeira temporada, Prioress ajuda as meninas a escaparem da cidadela entrando em cápsulas especiais. Ela é então baleada e morta por sua traição contra a Velha Guarda do Grande Pai.

Paper Girls

Paper Girls - 1ª temporada

Trailer oficial

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QUEM FEZ

André Zuliani

Repórter de séries e filmes. Viciado em cultura pop, acompanha o mundo do entretenimento desde 2013. Tem pós-graduação em Jornalismo Digital pela ESPM e foi redator do Omelete.

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