Reprodução/Lionsgate+
Em conversa exclusiva com a Tangerina, ator de Veronica Mars admite que imaginou destinos questionáveis para seu papel na comédia cult
De volta à pele de Kyle Bradway pela primeira vez desde 2010, Ryan Hansen se surpreendeu com o fato de seu personagem na série Party Down ainda buscar uma carreira em Hollywood. “Eu imaginei que ele ou estaria caído em alguma sarjeta ou teria seguido uma jornada rumo à pornografia. Um perfil no OnlyFans, sabe como é?”, brinca o ator.
Exibida sem muito sucesso entre 2009 e 2010, Party Down se tornou um clássico cult e conquistou novos fãs após seu cancelamento, incentivando a produção de novos episódios mais de uma década depois –uma decisão que surpreendeu até os envolvidos na atração. Mas a comédia não parou no tempo, e o criador e showrunner John Enbom precisou imaginar o que aconteceu com cada personagem nesse intervalo de 13 anos.
O primeiro episódio –disponibilizado na sexta-feira (24) pelo Lionsgate+– trouxe boas notícias para Bradway: o aspirante a ator não só conseguiu iniciar uma carreira em Hollywood como foi escalado para estrelar uma franquia de super-heróis. Até que algumas de suas ações questionáveis do passado vieram à tona, destruindo qualquer chance de ele protagonizar uma superprodução e forçando-o a voltar ao seu posto no serviço de bufê Party Down.
“Não fazia ideia de onde meu personagem estaria depois de 13 anos. Quero dizer, um astro em ascensão em Hollywood? Quem poderia imaginar? Fico feliz que os roteiristas tenham seguido por esse caminho… Mas aí é claro que a realidade vem com tudo para destruí-lo (risos)”, resume Ryan Hansen em entrevista exclusiva à Tangerina.
“Eu imaginei que ele tomaria uma rota adjacente ao pornô”, interfere Martin Starr. “Kyle masturbaria outras pessoas usando seus pés. Ele seria conhecido como o rei desse gênero”, completa o intérprete de Roman, rival do aspirante a ator na série. “Você provavelmente está certo. Eu tenho belos pés”, concorda Hansen, aos risos.
“O que o Martin está tentando dizer é que John Enbom desenvolveu um trabalho excelente ao imaginar o que cada um dos personagens estaria fazendo tanto tempo depois. Eu estou muito feliz com o que ele criou para Kyle”, elogia o ator, em um raro momento de seriedade na conversa com a reportagem.
Para o produtor, era essencial que os heróis tivessem evoluído desde a última vez em que o público os viu –até Ron (Ken Marino), que agora é dono da companhia de bufê depois de desistir de sua franquia de sopas. “Bem, 12 ou 13 anos se passaram, os personagens não estão mais nos seus 20 e tantos anos, com toda aquela vontade de viver e o desejo de ser bem-sucedido. Eles estão mais próximos da meia-idade, é um período bem diferente da vida. Precisávamos mostrar como isso se refletiria no universo de Party Down”, conta.
“Algumas coisas foram definidas na própria série original. No fim da segunda temporada, por exemplo, a personagem da Jane Lynch tinha herdado milhões de dólares, então aproveitamos isso [nos novos episódios]. E o Henry [Adam Scott], pela própria personalidade dele, não é o tipo de pessoa que ainda estaria trabalhando na Party Down depois de todo esse tempo. Nós pegamos isso tudo e construímos de um jeito para levá-los a outros lugares e depois puxarmos todos de volta para o grupo”, explica o showrunner.
A terceira temporada de Party Down é disponibilizada pelo Lionsgate+, com um novo episódio sendo adicionado toda semana –serão seis, no total. Entre as novidades do elenco estão Jennifer Garner (De Repente 30), James Marsden (Encantada), Zoë Chao (Depois da Festa) e Tyrel Jackson Williams (Lab Rats). As duas primeiras levas de capítulos também estão disponíveis na plataforma. Confira o trailer:
Luciano Guaraldo
Editor-chefe da Tangerina. Antes, foi editor do Notícias da TV, onde atuou durante cinco anos. Também passou por Diário de São Paulo e Rede BOM DIA de jornais.
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