Divulgação/Globo Filmes
Filme nacional com Nicolas Cruz, Lola Belli, Juliano Cazarré e Fabíula Nascimento já estão em exibição nos cinemas
Adaptar uma obra clássica para outra mídia nunca é uma tarefa fácil. Quando se trata de um produto cujo legado perdura há décadas e é amado por gerações de jovens, esta missão torna-se ainda mais complicada. Este imenso obstáculo, contudo, foi superado de forma surpreendente em Pluft, O Fantasminha, filme nacional dirigido por Rosane Svartman (Totalmente Demais).
Inspirado na icônica peça homônima escrita por Maria Clara Machado (1921-2001), o longa estreia nas telonas do Brasil nesta quinta-feira (21) cercado de expectativas. Após inúmeras montagens no teatro e publicações em livros, a história de Pluft ganhou uma versão cinematográfica com todos os elementos necessários para virar um clássico infantil do cinema nacional.
Filmado com uma tecnologia 100% brasileira, Pluft, o Fantasminha precisou superar muitos obstáculos para chegar à luz do dia. O principal e mais importante deles dizia respeito ao principal personagem da história: como tornar crível a aparição de uma criança que, acima de todas as suas características, é um fantasma que flutua pelo ar e é capaz de atravessar objetos?
A solução encontrada pela equipe liderada por Rosane e pela produtora executiva Clélia Bessa foi certeira, mas longe de ser barata. Com um orçamento de R$ 12 milhões, a adaptação de Pluft é considerada a maior produção infantojuvenil do cinema brasileiro.
Lola Belli vive Maribel
Divulgação/Globo Filmes
Para dar vida ao universo fantástico do mundo dos fantasmas, o elenco encabeçado por Nicolas Cruz e Fabíula Nascimento rodou grande parte de suas cenas em filmagens subaquáticas. Desta maneira, a diretora conseguiu captar da melhor forma os “trejeitos” dos personagens que flutuam por um casarão velho enquanto vagam pelos cômodos sem se preocuparem em abrir portas.
A trama, apesar de atualizada para o público de 2022, permanece quase a mesma da obra de Maria Clara. Pluft (Cruz) é um fantasma criança que vive em uma antiga casa abandonada no litoral e nunca viu gente de verdade. Ele tem apenas a companhia de sua Mãe Fantasma (Fabíula) e de seu tio Gerúndio (José Lavigne). Como nunca se encontrou com uma pessoa viva, o pequeno fantasminha morre de medo que isso venha a acontecer.
A história muda quando Pluft conhece a corajosa Maribel (Lola Belli). Neta do famoso (e já morto) Capitão Bonança Arco-íris, a jovem é sequestrada pelo malvado pirata Perna-de-Pau (Juliano Cazarré) e levada até a casa do protagonista, reconhecida pelo vilão como o local onde o velho Bonança guardou um valioso tesouro.
Enquanto Perna-de-Pau procura um meio de encontrar o tesouro, ele prende Maribel durante a noite na velha mansão. Sem ter para onde correr, ela cria um forte laço com Pluft, que aos poucos vai perdendo o seu medo de humanos e criando coragem para enfrentar seus maiores temores.
Juliano Cazarré como o pirata Perna-de-Pau
Mesmo se tratando de um filme para o público infantil, Pluft, o Fantasminha é capaz de conquistar toda a família. Os estreantes Nicolas Cruz e Lola Belli dão um show de atuação como o casal protagonista, enquanto Cazarré incorpora muito bem a clássica faceta do pirata mal encarado e um tanto atrapalhado.
Como alívio cômico, o trio de marinheiros formado por Sebastião (Arthur Aguiar), João (Lucas Salles) e Julião (Hugo Germano) também faz um ótimo trabalho. Os três têm a missão de salvar Maribel das garras do vilão, mas acabam se enfiando em confusões capazes de causar gargalhadas em todas as crianças presentes no cinema.
Mesmo com tantos obstáculos, Pluft, o Fantasminha cumpre sua missão sem grandes tropeços. Se a obra de Maria Clara Machado ganhou uma adaptação à altura de seu legado, o cinema brasileiro conquistou um novo título para chamar de clássico infantil.
Pluft, o Fantasminha
Trailer oficial
André Zuliani
Repórter de séries e filmes. Viciado em cultura pop, acompanha o mundo do entretenimento desde 2013. Tem pós-graduação em Jornalismo Digital pela ESPM e foi redator do Omelete.
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