Por que o ator de Succession virou o novo rei das cinebiografias

O ator de Succession vive um momento especial na carreira. Depois de encerrar a premiada série da HBO, Jeremy Strong se tornou um dos nomes mais procurados quando o assunto é interpretar figuras reais no cinema. A virada começou de fato no ano passado, com O Aprendiz (2024), filme que acompanha a ascensão de Donald Trump e que rendeu indicações importantes ao astro por sua interpretação de Roy Cohn, o mentor político e moral do magnata.

A recepção crítica de O Aprendiz confirmou que Strong poderia sustentar personagens históricos complexos no cinema, não apenas na TV. O papel de Roy Cohn exigia clareza emocional, frieza estratégica e uma dureza silenciosa que o ator já havia mostrado em Succession, mas em outro contexto. A performance chamou atenção de diretores que buscavam intérpretes capazes de lidar com temas delicados e personagens controversos.

Agora, ele volta a esse território em Springsteen: Salve-me do Desconhecido, que estreia nesta quinta-feira (30). No filme, Jeremy Strong interpreta Jon Landau, empresário e braço direito de Bruce Springsteen, responsável por ajudar a moldar a carreira, o alcance e a identidade artística do cantor. Não é um papel explosivo, mas um papel de presença — e justamente por isso exige precisão. É o tipo de personagem que se sustenta na escuta, no olhar e no subtexto.

Jeremy Strong na série Succession

(Foto: Divulgação/HBO)

Succession só foi o começo

Mas o projeto mais comentado é Social Network 2, continuação direta de A Rede Social, que estreia em 9 de outubro de 2026. Jeremy Strong interpreta Mark Zuckerberg em meio ao escândalo que envolveu os documentos vazados pela whistleblower Frances Haugen.

Retratar uma figura viva, reconhecida e constantemente analisada pelo público é um dos maiores desafios possíveis para um ator — e é exatamente esse tipo de risco que Strong vem escolhendo assumir.

Esses três papéis — Roy Cohn, Jon Landau e Mark Zuckerberg — formam um arco claro de intenção. Jeremy Strong não está escolhendo figuras óbvias, nem personalidades confortáveis. Ele está mirando personagens que carregam impacto histórico, conflitos internos e consequências culturais reais. Isso diz muito sobre o momento dele na indústria: ele está buscando personagens que façam parte da conversa pública, e não apenas do cinema.

O público que acompanhou Kendall Roy reconhece essa camada em Strong: ele é um ator que trabalha sempre no limite entre fragilidade e convicção. Essa oscilação emocional — ao mesmo tempo humana e desconfortável — é o que faz sua presença em cinebiografias se destacar. Ele não interpreta para copiar; interpreta para revelar algo que ainda não tinha sido dito.

Hoje, Jeremy Strong atravessa uma fase que pode definir sua carreira pelos próximos anos. Com um trabalho já premiado na TV e uma sequência de papéis históricos no cinema, ele não está apenas vivendo um bom momento: está se estabelecendo como o novo rosto das cinebiografias contemporâneas — um ator que entende que interpretar alguém real é, acima de tudo, interpretar o impacto que essa pessoa teve no mundo.