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O filme de Sofia Coppola não teve medo de entrar em aspectos controversos da história do cantor
Priscilla, que chega oficialmente aos cinemas em 4 de janeiro, mostrou como Elvis Presley (1935-1977) agia fora dos palcos. O filme dirigido por Sofia Coppola não vangloriou o cantor, ao contrário de outras tramas, e colocou os holofotes na mulher do artista. Nesse papel de protagonista, Cailee Spaeny conseguiu transmitir de forma verossímil as emoções da jovem durante os anos 1960 e 1970.
Baseada no livro da própria Priscilla Presley, Elvis e Eu (1985), a trama conta como um dos homens mais famosos da história começou uma relação com uma garota de apenas 14 anos. O filme acompanha desde o primeiro encontro na Alemanha até o divórcio em 1972.
Priscilla (Cailee Spaeny) fica encantada e apaixonada por Elvis (Jacob Elordi) quase instantaneamente. Enquanto estava no exército, o astro do rock passava seu tempo livre com a jovem. No entanto, ao receber a oportunidade de voltar aos Estados Unidos, ele decide abandoná-la em um piscar de olhos.
Surfando na fama, Elvis engatou diferentes romances com várias celebridades. Ao mesmo tempo, Priscilla sofria de amor e solidão. Tudo isso mudou com um telefonema da estrela da música. Com muita insistência, a garota conseguiu permissão para viajar a sua terra natal e, eventualmente, morar com seu namorado.
Se a relação já começou de forma tóxica, o resto do relacionamento só foi pior. Durante anos, a personagem de Cailee lidou com machismo, misoginia, desconfiança e traições. A jovem raramente era tratada com respeito por seu companheiro. De acordo com a trama, Elvis tinha um complexo de superioridade bem volátil.
Cailee Spaeny e Jacob Elordi em cena de Priscilla
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Diferente de Baz Luhrmann, Sofia Coppola mostra vários lados negativos do cantor. Enquanto Elvis (2022) passou pano para a relação problemática com uma jovem de 14 anos, Priscilla foi diferente. O filme deu voz à ex-mulher do astro e expôs uma história apagada pela sociedade.
A cinematografia de Sofia também merece exaltação. De forma delicada, o filme consegue passar uma sensação intimista. O que aproxima o público da história de Priscilla Presley. A produção também acertou em uma brilhante sonora. Sem as músicas de Elvis, as melodias da época tomaram conta da história, emergindo a audiência neste universo.
Cailee e Jacob Elordi estão em diferentes espectros durante o longa. A intérprete de Priscilla traz certa delicadeza e uma sutileza necessária para o papel. Já o ator responsável por encarnar Elvis precisou balancear essa emoção com sua intensidade invejável. O astro tem uma presença de tela única –qualidade necessária de um ator para viver o cantor.
Em comparação com Austin Butler, Elordi pode ter ficado atrás na caracterização do personagem. Mas, ao analisar a imposição dos atores e seus sotaques como o astro do rock, o ator de Euphoria está na frente do protagonista de Elvis. Ele foi capaz de trazer a energia necessária para contar essa história pouco comentada.
Victor Cierro
Repórter da Tangerina, Victor Cierro é viciado em quadrinhos e cultura pop e decidiu que seria jornalista aos 9 anos. É o foca da equipe e cria da casa: antes da Tangerina, estagiou no Notícias da TV, escrevendo sobre filmes e séries.
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