Pretty Little Liars: Sombrio, reboot choca e supera desconfianças

A ideia de fazer um reboot de Pretty Little Liars (2010–2017) apenas cinco anos depois do fim da série original não parecia muito promissora. Afinal, apesar de ter sido um sucesso instantâneo, a produção teen dos anos 2010 baseada nos livros de Sara Shepard ficou conhecida por alongar demais a narrativa e se perder nos próprios mistérios.

E a ideia tinha tudo para ficar ainda pior: Roberto Aguirre-Sacasa foi contratado como como criador e produtor executivo do reboot. Explica-se: Roberto é o criador de Riverdale, outra série que também ficou conhecida por se enrolar e extrapolar a própria história.

No entanto, a HBO Max tinha uma carta na manga: o recente sucesso do reboot de Gossip Girl (2007–2012). E assim, com uma ousadia duvidável e uma esperança bem otimista, Pretty Little Liars: Um Novo Pecado foi produzida e chega com seus três primeiros episódios à plataforma de streaming na próxima quinta-feira (28).

Pretty Little Liars: Um Novo Pecado | Trailer Oficial

A série chega à HBO Max na quinta-feira (28)

De primeira, a série tem uma premissa igual à original. Cinco garotas de uma pequena cidade começam a ser perseguidas por um stalker anônimo. Mas, desta vez, a história toma um novo rumo pelo fato de que Imogen (Bailee Madison), Noa (Maia Reficco), Tabby (Chandler Kinney), Mouse (Malia Pyles) e Faran (Zaria) não têm grandes segredos a esconder. Elas, na verdade, estão pagando por algo que suas mães fizeram 22 anos antes.

A produção, então, segue com dois grandes mistérios: o que aconteceu com as mães das protagonistas em 1999 e quem é o novo perseguidor delas em 2022. Apesar de ambos os acontecimentos provavelmente estarem ligados, o fato de a série não se prender apenas à identidade do vilão que assina como “-A” já é uma vantagem em relação à original e dá mais margem para um bom desenvolvimento do roteiro.

Reboot de Pretty Little Liar se joga no terror

Um Novo Pecado ainda guarda outro trunfo na manga. Apesar de ser uma série teen, ela não tem medo de se jogar no terror e usa todos os elementos a que tem direito: jumpscares, mortes sangrentas e um stalker que não fica só na ideia. O grande vilão da história é uma presença física real, que observa as protagonistas nos lugares mais inusitados e que se cobre com um disfarce assustador por si só.

Bailee Madison e Chandler Kinney na série Pretty Little Liars: Um Novo Pecado

Divulgação/HBO Max

Apesar de cair em alguns clichês óbvios e meio antiquados para 2022 —como o fato de todas as protagonistas precisarem ter um par romântico (heterossexual, vale ressaltar)—, em seus três primeiros episódios, a série surpreende e cria um bom espaço para se desenvolver.

Com protagonistas carismáticas, a produção tem um mistério central bem sustentado, e também cria subtramas interessantes, como a aparição das irmãs gêmeas Karen e Kelly (Mallory Bechtel), a gravidez de Imogen e um grande segredo do xerife da cidade.

A pergunta que fica é: será que ela vai manter o ritmo ao longo dos próximos episódios e entregar um final satisfatório, que deixe apenas pontas abertas o suficiente para assegurar uma nova temporada? A gente espera que sim.