Divulgação/Caíco de Queiroz
Em entrevista à Tangerina, Renata Vilela abre o jogo sobre momentos em que não acreditava que seria possível ver mulheres negras protagonistas
Renata Vilela cresceu em um país em que mulheres negras eram vistas apenas em papéis coadjuvantes ou estereotipados. Atriz da série O Coro, renovada para a segunda temporada, ela celebra como a representatividade negra e a diversidade ganharam espaço na TV e no cinema nos últimos anos, o que proporcionou um novo momento na indústria e também em sua carreira.
Renata teve seu pontapé profissional como bailarina, até conseguir o primeiro papel em teatro musical e se apaixonar pelos espetáculos. Na TV, ela foi convidada por Miguel Falabella para participar de Negócios da China (2008), uma oportunidade que considerava única na vida.
“Durante um tempo me afastei, até que meu marido me perguntou quando eu ia voltar a me dedicar à TV. Mas achava que estava muito distante, que tinha tido apenas aquela experiência e não teria outras. Não era tão otimista com o mercado”, revela em entrevista exclusiva à Tangerina.
“Vou ser realista. Hoje em dia, o mercado está se abrindo para as mulheres negras. Antigamente, até pelo menos uns 10 anos atrás, só tinha uma, que era a Taís Araujo. Tinha uma ou outra aqui, mas a Taís era o único destaque. Eu achava que não seria possível.”
Renata sentiu que o cenário mudou quando ela passou a receber um número maior de propostas para testes em papéis de destaque. “Eu acho que foi só em 2015 ou 2016 que eu assisti à série Scandal [2012-2018], que eu vi a primeira protagonista preta. Quando eu a vi, eu logo pensei: ‘Dá para sonhar’”, desabafa a artista.
A série de Miguel Falabella no Disney+ é repleta de momentos naturais de diversidade racial e sexual. Para Renata, isso é um grande passo para as minorias –assim como ela acreditou que seria possível retornar para a atuação assistindo a Scandal, O Coro poderá servir de incentivo para outras crianças e adolescentes que se veem representadas ali.
“Nós precisamos ressignificar histórias, estarmos atentos ao mundo que vivemos”, acrescenta a atriz. “Isso é uma sacada que você precisa ter. A forma como você coloca essas histórias, você precisa estar atento ao que está acontecendo no mundo. [O Disney+] É uma plataforma de muita visibilidade de entretenimento, então tem muitas histórias lá com diversidade. Para os jovens, dar ênfase, mas ao mesmo tempo integrar essa diversidade, é muito importante.”
Giulianna Muneratto
Jornalista pela Faculdade Cásper Líbero. Adora um filme clichê, música pop e sonhava em ser cantora de cruzeiro, mas não tem talento pra isso.
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