Laurence Cendrowicz/Netflix
Kirby Howell-Baptiste revelou que precisou encarar tema de que tanta gente tem medo de frente para atuar na série da Netflix
Depois de debater os conceitos de certo e errado em The Good Place (2016-2020), Kirby Howell-Baptiste mergulhou de cabeça em outra série repleta de filosofia. Em Sandman, da Netflix, a atriz interpreta ninguém menos do que a Morte, e sua experiência como a personagem a fez repensar sua relação pessoal com o luto. “Aquilo mudou toda a minha vida”, disse.
A britânica participou neste sábado (3) de um painel sobre Sandman na CCXP22 ao lado de Gwendoline Christie (Lúcifer) e Vivienne Acheampong (Lucienne). Emocionada após assistir a uma cena da série que acabou cortada, Kirby confessou o peso de dar vida à Morte. “Eu passei tanto tempo mergulhada neste papel. E a morte é um tema que a gente evita normalmente. Todo mundo já perdeu um ente querido, é um processo doloroso”, ressaltou.
“Mas a série mostra que, por mais que as coisas estejam difíceis, que todo mundo tenha seus obstáculos pessoais, nós temos sorte de estarmos neste planeta, de tudo isso aqui existir. Percebi com Sandman que não há tempo para fazermos tudo o que queremos, conhecer todas as pessoas, visitas todos os lugares, viver todas as experiências… Temos uma quantia finita de oportunidades, e precisamos fazer todas elas contarem. Acho que nunca tinha interpretado um papel que mudou toda a minha vida desse jeito”, filosofou a atriz.
Kirby ainda contou que já era fã de Neil Gaiman, autor da HQ que inspirou Sandman, porque havia lido American Gods –outra de suas obras que foi adaptada para a televisão. “Eu li aquilo e fui tomada pela maneira como ele explora a condição humana, nossas diferenças e nossas semelhanças. Depois, eu li Sandman, mas já há muitos anos, nunca imaginei que viraria série e que eu faria parte dela. Quando o papel surgiu, eu já me sentia muito conectada à Morte. Nunca tinha visto a Morte ser explorada desse jeito, é algo muito especial.”
Até Vivienne Acheampong declarou que a Morte é sua personagem favorita em Sandman. “Ela é extraordinária. Ver a personagem dá uma visão diferente daquilo que a morte significa, como é perder algo de verdade. E você, vendo a série, para e começa a pensar que essa coisa de que tanta gente tem medo não precisa ser tão assustadora, pode ser até reconfortante. É uma visão muito interessante”, elogiou a intérprete de Lucienne.
Já Gwendoline valorizou o próprio personagem, Lúcifer. “Eu o amo, de verdade. E Neil criou Lúcifer em uma versão muito revolucionária, não tínhamos visto ele como um junkie romântico ainda. Alguém bonito, mas desiludido com a vida. Então eu reli as HQs, olhei o que criou esse personagem e pensei em o que é a maldade no mundo. O que é ruim na nossa vida? A desconexão, o isolamento, a falta de empatia… Pensei em como seria ter uma vida inteira de decepções. E com asas, ainda por cima. Usei tudo isso para Lúcifer, um anjo caído e completamente desencantado”, explicou.
Luciano Guaraldo
Editor-chefe da Tangerina. Antes, foi editor do Notícias da TV, onde atuou durante cinco anos. Também passou por Diário de São Paulo e Rede BOM DIA de jornais.
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