FILMES E SÉRIES

Sydney Sweeney em A Empregada

Foto: Reprodução/Paris Filmes

Estreia em 2026

Sequência de fracassos de Sydney Sweeney no cinema pode ofuscar A Empregada?

Filmes protagonizados pela atriz em 2025 não tiveram boas bilheterias

Paola Zanon, jornalista da Tangerina
Paola Zanon

Após o enorme sucesso de Todos Menos Você em 2023, Sydney Sweeney protagonizou mais filmes para o cinema, mas nenhum chegou perto da boa repercussão do longa com Glen Powell. Muito pelo contrário; a maioria deles foi um fracasso de bilheteria. Apenas Imaculada (2024) se salvou.

Em agosto, os filmes Americana e Éden tiveram uma arrecadação muito abaixo do que era esperado. O primeiro custou US$ 9 milhões (R$ 48 milhões) e arrecadou apenas US$ 840 mil (R$ 4,5 milhões), enquanto o segundo teve um prejuízo muito maior; o orçamento foi de US$ 50 milhões (R$ 265 milhões), arrecadando apenas US$ 1 milhão (R$ 5,3 milhões) nas bilheterias dos Estados Unidos.

O terceiro fracasso da sequência de 2025 foi o mais improvável. Christy, baseado na vida da boxeadora Christy Martin, teve uma péssima estreia, arrecadando apenas US$ 1,3 milhão (R$ 6,9 milhões) de bilheteria, sendo que teve um orçamento acima de US$ 30 milhões (R$ 159 milhões). A atriz, inclusive, fez uma transformação e precisou engordar aproximadamente 13 quilos para interpretar a personagem.

O baixo retorno, no entanto, não foi a pior parte. Christy Martin quebrou paradigmas com sua carreira no boxe; enquanto era obrigada a esconder sua sexualidade e lidar com violência doméstica em segredo para continuar lutando, ela estabeleceu recordes que a levaram a ser a primeira mulher no Hall da Fama do Boxe de Nevada, sendo também eleita para o Hall da Fama Internacional do Boxe em 2020, primeiro ano em que mulheres puderam ser votadas. O filme deveria ser uma homenagem à altura de sua grandeza e importância para o esporte.

A Empregada

Com tantos fracassos em sequência nos cinemas, a aproximação da estreia de A Empregada, filme baseado no best-seller homônimo de Freida McFadden e protagonizado por Sydney Sweeney, começa a se tornar algo preocupante.

Christy deveria ser um sucesso de bilheteria, já que o filme colocou a atriz entre as cotadas ao Oscar quando foi exibido no Festival de Cinema de Toronto em setembro. No entanto, em meio às polêmicas envolvendo Sydney, o público-alvo da cinebiografia acabou não sendo atingido.

Por outro lado, A Empregada tem um enredo completamente diferente do de Christy e pode, sim, levar os fãs que Sydney tem atraído aos cinemas. Mas ainda resta saber se os fãs do best-seller vão levar em consideração as polêmicas da atriz na hora de comprar o ingresso ou não, já que a adaptação cinematográfica é bastante esperada.

O filme chega às telonas brasileiras oficialmente em 1º de janeiro de 2026, mas acontecerão poucas sessões antecipadas em 19 de dezembro.

Polêmicas de Sydney Sweeney

As controvérsias envolvendo o nome de Sydney Sweeney começaram em 2024, quando ela se filiou ao Partido Republicano e foi elogiada pelo então candidato à presidência dos Estados Unidos Donald Trump.

Uma festa de família da atriz também repercutiu mal entre algumas pessoas, já que havia pessoas usando bonés do tipo “Maga” (Make America Great Again) e camisetas de “Blue Lives Matter”, movimento de apoio à polícia em resposta ao “Black Lives Matter”, que defende vítimas negras e latinas de violência policial.

Já em julho deste ano, ela estrelou a campanha publicitária da marca American Eagle. A propaganda faz um trocadilho com as palavras “jeans” e “genes”, dizendo que Sydney, uma mulher branca, loira e de olhos azuis, tem “um jeans ótimo”, o que dá a entender que além de se vestir bem, a atriz é geneticamente ótima.

A ideia de “ótima genética” é uma teoria eugenista, que defende a “melhoria genética” da humanidade através da reprodução entre pessoas consideradas “superiores” (brancas e ricas) e eliminação da reprodução de grupos considerados “inferiores” (negros e pobres). Essa teoria serviu de base para Adolf Hitler (1889-1945), que considerava pessoas arianas como “superiores”.

Como Sweeney tem cabelo loiro e olhos azuis, internautas alegaram que o anúncio foi criado para promover a eugenia ou era uma referência à propaganda nazista –apesar da American Eagle ter um CEO judeu no comando e um longo histórico de publicidade inclusiva. “É um dos sinais racistas mais óbvios e evidentes que vimos e ouvimos nos últimos tempos”, afirmou uma mulher no TikTok, conforme registrado pelo The Hollywood Reporter.

Outros minimizaram a reação negativa, atribuindo a uma falsa indignação de uma geração que está muito conectada à internet, buscando motivos para se sentir ofendida. “O ódio é exaustivo”, escreveu um usuário no TikTok, que complementou: “Vocês estão com raiva da Sydney Sweeney porque ela é branca, loira, tem olhos azuis e é bonita. Estou farto de diversidade, equidade e inclusão”.

O que Sydney Sweeney já disse sobre as polêmicas

“Fiz um anúncio de jeans”, disse a atriz em entrevista à revista GQ, publicada neste mês. “Quer dizer, a reação foi definitivamente uma surpresa, mas eu adoro jeans. Só uso jeans. Literalmente, estou de jeans e camiseta todos os dias da minha vida.”

Sweeney acrescentou que “foi surreal” ter tantas pessoas, como o próprio presidente Donald Trump, se manifestando. “Eu meio que guardei meu celular”, disse ela. “Eu estava filmando todos os dias. Estou filmando Euphoria , então trabalho 16 horas por dia e não costumo levar meu celular para o set, então trabalho, vou para casa e durmo. Então, não vi muita coisa… No fim das contas, eu sabia para que era aquele comercial, e eram ótimos jeans, não me afetou de forma alguma.”

A atriz, atualmente com 28 anos de idade, observou que não emitiu uma declaração respondendo às críticas na época porque “sempre acreditei que não estou aqui para dizer às pessoas o que pensar… quando tenho um assunto sobre o qual quero falar, as pessoas ouvirão”.

“Eu sei quem eu sou”, disse ela. “Sei o que valorizo. Sei que sou uma pessoa gentil. Sei que amo muito e sei que estou animada para ver o que acontece a seguir. Então, não deixo que outras pessoas definam quem eu sou”.

Em meio aos debates sobre a campanha, as vendas da American Eagle melhoraram durante o segundo trimestre e o preço das ações da empresa subiu 25% após a empresa superar as estimativas de Wall Street. O CEO Jay Schottenstein citou o sucesso das recentes campanhas de marketing com Sydney Sweeney e Travis Kelce como um dos principais motivos, gerando cerca de 40 bilhões de impressões e uma melhora significativa nos negócios.

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Paola Zanon, jornalista da Tangerina

Paola Zanon

Jornalista formada pela Cásper Líbero, repórter e redatora com passagens pelo Notícias da TV, R7, UOL Esporte, Lakers Brasil e UmDois Esportes. Apaixonada por cobertura esportiva e cultura pop em geral. E-mail: paola@tangerina.news

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