(Foto: Divulgação/Fox)
O elenco é ponto forte: Jason Bateman, Michael Cera, Portia de Rossi, Will Arnett e Jessica Walter (1941-2021) entregam atuações impecáveis
Pouca gente lembra, mas Arrested Development é uma das comédias mais influentes da história da TV. Disponível na Netflix, a série criada por Mitchell Hurwitz foi ao ar pela primeira vez em 2003 e redefiniu o gênero de humor familiar com seu formato documental e ritmo acelerado. Misturando sarcasmo, caos e crítica social, a produção abriu caminho para fenômenos como Modern Family e até mesmo Succession.
A história gira em torno de Michael Bluth (Jason Bateman), o único membro sensato de uma família completamente disfuncional. Depois que seu pai, George Bluth Sr. (Jeffrey Tambor), é preso por crimes financeiros, ele precisa comandar o império imobiliário da família. E, ao mesmo tempo, lidar com as excentricidades dos parentes. A série equilibra perfeitamente o humor ácido com situações corporativas absurdas, criando um retrato hilário das disputas por poder e status dentro de uma família rica.
Com cinco temporadas, Arrested Development serviu como um divisor de águas para a comédia moderna. Sua estrutura de falso documentário, o uso de narração irônica e os diálogos rápidos influenciaram diretamente o estilo de Modern Family, lançada seis anos depois. Ambas exploram o convívio familiar de forma caótica e divertida, mas enquanto a série de 2009 foca na ternura dos relacionamentos, a produção da Netflix mergulha na ganância e na autoparódia.
Ao mesmo tempo, a série também pode ser vista como uma precursora de Succession, sucesso da HBO que transformou o drama corporativo em arte. A diferença é que, enquanto os Roys protagonizam uma tragédia de ambição, os Bluth vivem uma comédia de incompetência. Ainda assim, o paralelo é inevitável: ambas as produções retratam o colapso moral e emocional de uma família rica tentando se manter unida pelo dinheiro.
Jeremy Strong, Sarah Snook e Kieran Culkin em cena de Succession
(Foto: Divulgação/HBO)
A crítica sempre reconheceu a genialidade da série, que mantém 75% de aprovação no Rotten Tomatoes, enquanto o público mostra ainda mais carinho, com 85% de nota. Mesmo com o cancelamento precoce pela Fox, o impacto de Arrested Development foi tão grande que a Netflix decidiu ressuscitá-la anos depois, dando continuidade à história e apresentando-a a uma nova geração de espectadores.
O elenco é outro ponto forte: além de Jason Bateman, nomes como Michael Cera, Portia de Rossi, Will Arnett e Jessica Walter (1941-2021) entregam atuações impecáveis, transformando a disfuncionalidade em arte. Cada personagem tem seu próprio arco de loucura e egoísmo, mas todos se complementam dentro do caos coletivo que é a família Bluth.
Assistir a Arrested Development hoje é como revisitar as origens do humor televisivo moderno. A série é afiada, inteligente e atemporal: uma verdadeira aula de como combinar crítica social, sátira empresarial e dinâmica familiar em um só formato. E para quem gosta de rir de situações absurdas, não há escolha melhor na Netflix.
Julie Bowen e Ty Burrell em cena de Modern Family
(Foto: Divulgação/ABC)
Victor Cierro
Repórter da Tangerina, Victor Cierro é viciado em quadrinhos e cultura pop e decidiu que seria jornalista aos 9 anos. É cria da casa: antes da Tangerina, estagiou no Notícias da TV, escrevendo sobre filmes e séries.
Ver mais conteúdos de Victor CierroTangerina é um lugar aberto para troca de ideias. Por isso, pra gente é super importante que os comentários sejam respeitosos. Comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, com palavrões, que incitam a violência, discurso de ódio ou contenham links vão ser deletados.
Ainda não tem uma conta?