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Foto 2 de Suzume

Divulgação/Crunchyroll

CRÍTICA

Suzume: Novo anime cativa com espírito de obras do Studio Ghibli

Novo filme do diretor Makoto Shinkai (de Your Name e O Tempo Com Você) estreou nos cinemas na quinta (13); confira a opinião da Tangerina

André Zuliani

Um dos diretores de anime mais populares da atualidade, Makoto Shinkai sempre se destacou por obras emotivas que mantinham os pés fincados (na medida do possível) no realismo. Desde o sucesso de Your Name (2016), longa que virou fenômeno mundial e se tornou uma das maiores bilheterias da história do Japão, o cineasta de 50 anos começou a investir mais em fantasias em suas tramas. Depois de O Tempo Com Você (2019), o seu mais novo projeto a misturar estes elementos é Suzume (2023).

Estreia da semana no Brasil, Suzume era muito aguardado pela comunidade otaku. Nos últimos anos, obras de animes ganharam extrema popularidade e começaram a ser consumidas por um público ainda maior do que os jovens que cresceram assistindo a títulos como Dragon Ball Z, Cavaleiros do Zodíaco e Naruto entre as décadas de 1990 e 2000. O sucesso de Your Name alavancou o nome de Shinkai e o colocou tão em evidência quanto nomes como Hayao Miyazaki e Isao Takahata, do icônico Studio Ghibli.

No caso de Miyazaki, ele é considerado uma lenda do gênero por ser o nome por trás de clássicos como O Castelo no Céu (1986), Meu Amigo Totoro (1988) e o vencedor do Oscar A Viagem de Chihiro (2001). O que muitas de suas obras têm em comum é a trama mergulhada no gênero fantástico, nas quais jovens protagonistas, sejam crianças ou adolescentes, encontram criaturas místicas ou conhecem novos mundos mágicos sob uma narrativa encantadora. Por todas estas características, Suzume é o filme de Shinkai que mais se aproxima do legado de Miyazaki e do Studio Ghibli.

A trama conta a história de Suzume (voz de Mayara Stefane), jovem de uma cidade litorânea do Japão que tem sua vida virada do avesso ao conhecer Sota (Fábio Lucindo), um belo rapaz universitário que cruza seu caminho em busca de ruínas próximas ao local. Encantada pelo moço, a garota decide ir ao seu encontro nas antigas estruturas, mas o que ela encontra é uma misteriosa porta que parece levar a lugar algum.

Ao se aproximar da porta, Suzume percebe que se trata de um portal para uma terra que nada tem a ver com sua cidade. Incapaz de atravessar, ela explora o lugar e retira uma estátua próxima ao local, que se transforma em um pequeno gato branco. Após o felino ganhar vida, uma sombra misteriosa começa a sair da porta e dá início a um terremoto capaz de destruir tudo à sua volta. É neste momento que Sota aparece para salvar o dia, e juntos eles fecham a porta e impedem um desastre maior.

Suzume leva Sota para casa e limpa suas feridas do encontro com a sombra, mas o gato, Daijin, aparece e fala com ela. O felino mágico usa seus poderes para colocar a alma do jovem na cadeira de criança quebrada da infância de Suzume, impedindo-o de realizar seus planos.

A agora falante cadeira Sota diz a Suzume que o gato era anteriormente uma pedra angular, uma criatura que mantém as portas para a vida após a morte fechadas e impede que o verme (a sombra) que causa terremotos saia. É seu trabalho encontrar todos os pontos de entrada para a criatura e fechá-los, como seu avô fez antes dele. Claro, agora que ele é uma cadeira de três pernas, fica praticamente impossibilitado de cumprir a missão, então ele parte junto com a menina para encontrar o gato e devolvê-lo à sua forma original antes que um grande terremoto gigante destrua a nação.

Após tantas séries e filmes sobre a vida dos adolescentes que são muito mais sombrios, o longa de Shinkai examina uma parte dramática desta fase, mas ainda inocente, abordando tanto os grandes sentimentos sobre o mundo quanto os pequenos sobre nós mesmos. O diretor é capaz de conectar como é crescer e se sentir pequeno e insignificante com uma visão de mundo maior e como as coisas que mais importam podem estar escondidas embaixo dele.

Assim como Your Name e O Tempo Com Você, Suzume explora elementos fantásticos para contar uma história de amor e/ou amadurecimento tal como os grandes criadores do Studio Ghibli fazem em suas obras. O encantamento entre os personagens é construído de forma gradativa e natural, tornando a missão de se afeiçoar a eles ainda mais fácil. Tal qualidade é comprovada quando o atual longa faz de uma cadeira com três pernas um dos personagens mais carismáticos da trama.

A popularização de animes e de seu trabalho permite que Shinkai faça de Suzume a sua obra mais graficamente bonita. Das paisagens do Japão às batalhas contra os vermes, o longa exibe cenas empolgantes e de encher os olhos, fazendo bom uso da tecnologia que tem em mãos.

Mesmo que não seja o grande filme de seu currículo, Suzume é capaz de encantar e fazer com que velhos e novos fãs de animes se apaixonem pelo trabalho de Makoto Shinkai. Nesta nova fase do gênero, o diretor vai se tornando um expoente e uma figura tão importante quanto Miyazaki e seus pares foram para a indústria desde os anos 1980.

Assista ao trailer oficial de Suzume:

Foto 1 de Suzume

Suzume

Trailer oficial

Cartaz de Suzume

Suzume

Drama, fantasia
L

Direção

Makoto Shinkai

Produção

Sony Pictures

Onde assistir

Cinema

Elenco

Mayara Stefane
Fábio Lucindo
Agatha Paulita
Lucas Almeida
Shallana Costa
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QUEM FEZ

André Zuliani

Repórter de séries e filmes. Viciado em cultura pop, acompanha o mundo do entretenimento desde 2013. Tem pós-graduação em Jornalismo Digital pela ESPM e foi redator do Omelete.

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