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Christian Serratos e Seth Gilliam

Divulgação/AMC

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The Walking Dead: Conheça os segredos de bastidores do fim da série

Série chegou ao fim no domingo (20); bastidores teve pedido de morte, dúvida sobre novo líder e sumiço de personagem de destaque

André Zuliani

The Walking Dead (2010-2022) exibiu o seu último episódio no domingo (20) e colocou um fim no arco de vários de seus personagens. Para chegar a esta conclusão, a showrunner Angela Kang e seu grupo de roteiristas passaram meses desenvolvendo o desfecho perfeito para seus protagonistas.

[Atenção: spoilers do fim de The Walking Dead abaixo]

Uma das escolhas mais chocantes do fim da série foi a morte de Rosita (Christian Serratos). Introduzida na quarta temporada, a personagem era uma das mais longevas da atração e muito querida pelo público.

Outra revelação surpreendente foi a de que Ezekiel (Khary Payton) tornou-se o novo governador de Commonwealth após a prisão de Pamela Milton (Laila Robins), com Mercer (Michael James Shaw) como seu braço direito e vice. A decisão altera o fim de The Walking Dead nos quadrinhos, que teve Maggie (Lauren Cohan) eleita como líder da comunidade gigante.

Uma parcela de fãs também foi surpreendida pelas outras mortes reservadas para o último episódio. Apesar do número baixo de perdas, o grupo de protagonistas também se despediu da dupla Luke (Dan Fogler) e Jules (Alex Sgambati).

Todas estas decisões criativas foram explicadas por Angela e Greg Nicotero, diretor do episódio final da série, em entrevista à revista Entertainment Weekly. Confira alguns segredos do fim de The Walking Dead abaixo:

Christian Serratos

Rosita (Christian Serratos) teve despedida emocionante no fim da série

Divulgação/AMC

Atriz pediu para Rosita morrer

Se parte do público ficou surpresa com a morte de Rosita, esse sentimento deve aumentar com a revelação de que a despedida da personagem foi um pedido da própria Christian Serratos. Meses antes de rodar o último episódio da série, a atriz conversou com a showrunner e explicou que, para ela, Rosita deveria morrer de forma heroica para honrar a sua trajetória.

“Christian Serratos se ofereceu para que Rosita morresse. Quando fiz minha ronda com os atores para conversar com eles sobre o bloco final de episódios, ela expressou que sentia que era a coisa certa para seu personagem. Para ela, algo que seria muito bom para o final seria se sua personagem morresse tentando salvar Coco e assegurar que a próxima geração tivesse uma chance na vida. E ela me disse para pensar sobre isso”, contou Angela Kang.

“Christian veio até mim cerca de seis a oito meses antes de fazermos este episódio e disse: ‘Quero algo realmente bom para Rosita. Eu quero que essa personagem saia forte. Acho que posso querer morrer, mas se eu morrer, quero fazer algo heroico. Quero morrer salvando as crianças’. Então, ela veio inicialmente com a ideia, e eu achei que era uma muito inteligente para a personagem dela”, completou Nicotero.

Alex Sgambati

Jules (Alex Sgambati) não sobreviveu

Divulgação/AMC

Escolha dos mortos

Segundo Angela, a equipe criativa de The Walking Dead pensou muito sobre quem deveria morrer no último episódio da 11ª temporada. Para eles, ter mortes impactantes logo no início da trama seria importante para pontuar o tamanho da ameaça dos zumbis para os personagens e para os espectadores. Os escolhidos foram Luke e Jules.

“Não sabíamos de imediato que íamos fazê-los [Luke e Jules] morrer. Mas enquanto estávamos trabalhando na história, ter uma morte triste meio cedo parecia que daria muito valor a tudo o que eles estavam fazendo, porque Daryl [Norman Reedus] meio que olharia para essas mortes e diria: ‘Isso pode acontecer com Judith [Cailey Fleming] se não formos cuidadosos'”, detalhou a chefe.

“E, para aquele grupo de amigos em torno de Luke, meio que fortalece sua determinação em mudar a situação para que todos possam sair de lá. E nós amamos Dan Fogler. Nós amamos Alex, que interpreta Jules. Eles são ótimos. Eles morrem no início do episódio, mas o fazem com muito estilo. Então, ficamos gratos por eles terem voltado e se sacrificado pelo resto do nosso elenco.”

Michael James Shaw e Khary Payton

Mercer (Michael James Shaw) e Ezekiel (Khary Payton)

Divulgação/AMC

Ezekiel quase não foi governador

A escolha de Ezekiel para assumir o posto de governador da Commonwealth após a queda de Pamela surpreendeu vários fãs da franquia que leram os quadrinhos originais. Isso porque, nas HQs de The Walking Dead, quem fica no comando da comunidade é Maggie –o ex-líder do Reino não sobrevive ao Massacre das Estacas promovido pelos Sussurradores nas páginas.

Segundo Angela, a escolha pelo novo governador mudou muito durante o desenvolvimento da 11ª temporada. Entre os “presidenciáveis” estavam, além de Ezekiel, Mercer (que no fim foi escolhido como vice-governador), Carol (Melissa McBride) e a própria Maggie.

“No fim do dia, decidimos por Ezekiel porque parecia que ele é, inerentemente, um líder. E sobreviveu a tanto. Ele é um tipo de líder muito, muito focado na comunidade. O Reino era realmente a mais alegre de todas as comunidades. Eles eram fortes e muito bons em colaborar com as outras comunidades ao seu redor. Parecia que Ezekiel meio que partiu em uma jornada em que não queria mais fazer isso, mas realmente parecia que ele é alguém que, no final do dia, sempre se encontrará tentando ajudar outras pessoas. E parecia o tipo certo de líder para seguir em frente [com o mundo].”

Medina Senghore

Annie (Medina Senghore) ficou de fora do último episódio

Divulgação/AMC

O sumiço de Annie

Uma das surpresas da temporada, Annie (Medina Senghore) foi a grande responsável por transformar Negan (Jeffrey Dean Morgan) em uma pessoa melhor. Os dois se casaram e estavam à espera do nascimento de seu primeiro filho, mas a personagem acabou ficando de fora do último episódio.

À publicação, a showrunner contou que o “sumiço” de Annie do fim da série aconteceu apenas por decisões criativas e mudanças forçadas no roteiro por causa de problemas de agenda e complicações da pandemia de Covid-19. Angela explicou que a duração estendida do último episódio permitiu que eles fizessem muitas coisas, mas que não sobrou espaço para incluir a personagem na narrativa.

“Annie ficou em Alexandria. Isso foi muito difícil porque havia uma versão em que a víamos, mas o roteiro era muito grande e não podíamos rodar tudo. E havia escolhas que precisavam ser feitas por questões de agenda, e então as coisas mudaram por causa das doenças de Covid-19, que mudou as gravações. Então, certas cenas precisaram ser cortadas como resultado. Nós veríamos Annie novamente, mas acabamos não a vendo.”

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QUEM FEZ

André Zuliani

Repórter de séries e filmes. Viciado em cultura pop, acompanha o mundo do entretenimento desde 2013. Tem pós-graduação em Jornalismo Digital pela ESPM e foi redator do Omelete.

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