(Foto: Divulgação/Netflix)
A terceira temporada deve chegar como a mais sombria, mais pessoal e mais fiel ao espírito do material original
A nova temporada de Wandinha promete uma virada aguardada desde o primeiro episódio na Netflix. Depois de dois anos em que a trama se apoiou mais no clima de mistério adolescente da Nunca Mais, a produção finalmente deve mergulhar de vez na essência sombria e familiar que sempre definiu o universo Addams. A chegada de uma personagem-chave coloca a história em outro patamar e atiça exatamente o tipo de caos gótico que o público vinha cobrando.
Mesmo com o estrondoso sucesso das temporadas anteriores, muitos fãs sentiam falta de uma conexão mais profunda com a linhagem Addams. Os personagens clássicos apareciam, mas quase sempre orbitando a trama de forma tímida ou pontual. Agora, tudo muda com o resgate de uma figura oculta por décadas no cânone da família, alguém capaz de virar a dinâmica emocional de Wandinha do avesso e trazer o peso de traumas, segredos e culpa reprimida.
Eva Green entra no elenco como Ophelia Frump, a irmã perdida de Morticia (Catherine Zeta-Jones). Descrita como “assombrosa, elegante e imprevisível” pelos criadores, a personagem carrega um histórico perturbador: uma ex-aluna prodígio da Nunca Mais, com poderes psíquicos que saíram do controle durante a adolescência. Após um colapso, foi internada pela própria mãe e desapareceu completamente dos registros familiares. A revelação de que ela está viva intensifica cada camada de tensão da série.
Eva Green em 007 - Cassino Royale
(Foto: Divulgação/Columbia Pictures)
No final da temporada anterior, Wandinha (Jenna Ortega) encontrou o diário de Ophelia e teve uma visão que indicava sua prisão em um porão macabro na mansão da Vovó Addams (Joanna Lumley). O detalhe mais inquietante não saiu da cabeça do público: a frase “Wandinha deve morrer”, escrita na parede com sangue. A partir daí, a trama ganha um tom mais pessoal e perigoso, trazendo um conflito familiar que finalmente abraça a escuridão emocional e o humor mórbido característicos dos Addams.
A inclusão de Ophelia marca uma mudança clara de direção. Em vez de apenas citar membros da família ou utilizá-los como aparições pontuais, a temporada incorpora sua história ao coração da narrativa. O confronto entre Morticia, Wandinha e a tia desaparecida promete explorar feridas abertas há décadas, trazendo discussões sobre legado, culpa e o peso de dons psíquicos que a série vinha apenas sugerindo.
Além disso, a terceira temporada deve retomar elementos deixados em suspense: os poderes de Wandinha parecem estar retornando com força total, Enid (Emma Myers) continua lidando com as consequências de sua transformação e os Outcasts enfrentam novas disputas internas. Tudo isso cria um cenário perfeito para que Ophelia se torne uma das figuras mais marcantes da série, seja como ameaça, aliada improvável ou catalisadora de verdades dolorosas.
Com Eva Green no centro dessa expansão do universo, Wandinha finalmente assume o que os fãs queriam desde o começo: uma trama que não tem medo de mergulhar na herança macabra, imprevisível e profundamente emocional da família Addams. Apesar de não ter previsão de estreia, a terceira temporada deve chegar como a mais sombria, mais pessoal e mais fiel ao espírito original do que qualquer coisa que a série já apresentou.
Victor Cierro
Repórter da Tangerina, Victor Cierro é viciado em quadrinhos e cultura pop e decidiu que seria jornalista aos 9 anos. É cria da casa: antes da Tangerina, estagiou no Notícias da TV, escrevendo sobre filmes e séries.
Ver mais conteúdos de Victor CierroTangerina é um lugar aberto para troca de ideias. Por isso, pra gente é super importante que os comentários sejam respeitosos. Comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, com palavrões, que incitam a violência, discurso de ódio ou contenham links vão ser deletados.
Ainda não tem uma conta?