Divulgação/Showtime
Com sete indicações ao Oscar da TV, primeira temporada de 10 episódios está disponível no Brasil por meio do catálogo do Paramount+
Uma das surpresas do Emmy 2022, Yellowjackets estreou nos Estados Unidos sem grandes expectativas, mas encerrou a sua primeira temporada como um dos destaques do ano. Com sete indicações ao Oscar da TV, a atração pode surpreender e “roubar” algumas estatuetas de favoritas.
Assim como Lost (2004-2010), que conquistou o público nos anos 2000 com uma trama envolvendo mistérios sobrenaturais e drama de sobrevivência, Yellowjackets resgata esta fórmula misturando outro elemento muito em alta nos dias de hoje: nostalgia.
Na série, ela é trabalhada em flashbacks. Parte da trama se passa em 2021, ano no qual Yellowjackets estreou, e a outra em 1996, quando as protagonistas da história sofreram um acidente de avião (alô, Lost!) e precisaram sobreviver no ambiente hostil de uma natureza desconhecida.
Criada por Ashley Lyle e Bart Nickerson, a série segue estudantes do colegial que faziam parte do time de futebol da escola. Prestes a competir pelo campeonato nacional, as chamadas Yellowjackets (Jaquetas Amarelas, em português) são consideradas subcelebridades do subúrbio de Nova Jersey (EUA).
Sophie Thatcher, Kevin Alves e Jasmin Savoy Brown
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Em 1996, este grupo de meninas imaginava estar viajando rumo à glória. Entretanto, a queda do avião as coloca em um verdadeiro pesadelo, e os 19 meses perdidos longe da civilização resultaram em traumas com os quais as sobreviventes continuam a lidar 25 anos depois.
Entre os flashbacks no inferno desolado da equipe de meninas e um presente quase sombrio, Yellowjackets apresenta realidades tão tensas que parece provável que as protagonistas se partam ao meio a qualquer momento. A série equilibra perfeitamente duas linhas do tempo, cada uma surreal e terrível à sua maneira.
O núcleo do presente é formado por um punhado de ex-estrelas teen dos anos 1990 que fizeram da série um dos ápices de suas carreiras. Melanie Lynskey (Two and a Half Men), Tawny Cypress (Heroes), Christina Ricci (Família Adams) e Juliette Lewis (Um Drink no Inferno) brilham respectivamente como as versões mais velhas de quatro garotas que escondem memórias sombrias dos tempos que passaram na natureza selvagem.
Já o extenso núcleo de 1996 se divide entre protagonistas e personagens secundários. Do primeiro grupo, se destacam a capitã da equipe Jackie (Ella Purnell), a assistente técnica nerd Misty (Samantha Hanratty), a estudante exemplar Shauna (Sophie Nélisse), a superdotada Taissa (Jasmin Savoy Brown) e a rebelde Natalie (Sophie Thatcher), além do rabugento Travis (Kevin Alves).
Christina Ricci como Misty
Uma misteriosa repórter com sede pela verdade sobre o acidente coloca as ex-estrelas de futebol novamente em contato após vários anos. Com muitos segredos por baixo do tapete, o grupo de sobreviventes começa a ser perseguido por cartões-postais sem remetente e um símbolo geométrico que assombra seus pesadelos.
Ao longo de quase toda a primeira temporada, não se sabe o que ou quem está atrás das Yellowjackets. A construção do mistério é feita de maneira convincente, entregando poucas pistas e ainda menos referências sobre o que de fato aconteceu com as meninas em seus 19 meses perdidas na floresta. Há indícios de fantasmas, lobos agressivos e até canibalismo, mas tudo sempre nublado, de forma que é quase impossível o público não prender a atenção.
Os principais destaques são Melanie Lynskey e Christina Ricci, cujos trabalhos como as versões mais velhas de Shauna e Misty renderam indicações ao Emmy. A primeira como melhor atriz dramática, enquanto a segunda disputa a estatueta dourada de melhor atriz coadjuvante.
Já renovada para um segundo ano, Yellowjackets superou as expectativas e se destaca como um dos títulos mais interessantes da temporada 2021/2022. Para a sorte dos fãs, o mistério das Jaquetas Amarelas ainda não terminou.
Os dez episódios da primeira temporada de Yellowjackets estão disponíveis no Brasil pelo Paramount+.
Yellowjackets
Trailer (sem legendas)
André Zuliani
Repórter de séries e filmes. Viciado em cultura pop, acompanha o mundo do entretenimento desde 2013. Tem pós-graduação em Jornalismo Digital pela ESPM e foi redator do Omelete.
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