Seis anos depois, Zumbilândia 2 ainda parece feito por obrigação

Neste sábado (18), Zumbilândia: Atire Duas Vezes completa seis anos de lançamento. No entanto, o tempo só reforçou o que muitos fãs perceberam já na estreia: a sequência nunca teve um real propósito além de capitalizar o sucesso do original. O filme de 2019 tentou reviver a energia insana e o humor afiado do longa de 2009, mas acabou soando mais como um reencontro protocolar do elenco do que uma continuação inspirada.

O primeiro Zumbilândia é uma das comédias de terror mais criativas dos anos 2000. O filme alcançou 89% de aprovação no Rotten Tomatoes e um elenco em perfeita sintonia. A mistura de ironia, sangue e carisma de personagens como Tallahassee (Woody Harrelson) e Wichita (Emma Stone) transformou o longa em um clássico instantâneo. Já a sequência, lançada dez anos depois, parece presa ao passado, sem nada realmente novo a acrescentar.

Mesmo com o retorno do elenco original e da mesma equipe criativa, o resultado é morno. As piadas são recicladas, a trama segue previsível e a introdução de novos personagens soa mais como tentativa de preencher espaço do que de expandir o universo. Zumbilândia 2 tenta repetir a receita, mas falta o tempero que tornou o primeiro inesquecível.

Zumbilândia 2 começou errado

A queda na recepção crítica fala por si: de 89% no original para apenas 68% no Rotten Tomatoes. A diferença revela um filme que diverte, mas carece de identidade. Emma Stone e Jesse Eisenberg continuam carismáticos. No entanto, o roteiro não lhes dá muito com o que trabalhar — e o humor autodepreciativo que antes parecia ousado agora soa automático.

Além da falta de frescor, o filme sofre por ter chegado tarde demais. O intervalo de uma década entre os dois títulos esvaziou o impacto da sátira e fez o retorno parecer mais um gesto de nostalgia do que uma decisão criativa. No fundo, é o tipo de sequência que existe apenas porque o público pediu, não porque a história pedia continuidade.

Seis anos depois, Zumbilândia: Atire Duas Vezes permanece como símbolo de um fenômeno cada vez mais comum em Hollywood: o de tentar reviver franquias que já disseram tudo o que tinham a dizer. É divertido rever o grupo em ação, mas o resultado final soa burocrático, como um dever de casa entregue fora de hora.

E no caso de Zumbilândia, talvez a lição mais clara seja a do próprio título — algumas histórias, assim como os mortos-vivos, deveriam continuar descansando em paz. A continuação está disponível no Mercado Play. Assista abaixo ao trailer: