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A coluna Fresquinhas! indica os lançamentos musicais deste final de mês para você ficar por dentro: tem Machine Gun Kelly, Ed Sheeran e muito mais
Bom dia pra quem lutou muito em nome do nosso país, ouvindo Envolver incessantemente até que pegasse o #1. Pouca gente fez tanto pelo Brasil como vocês, guerreiros. (E se eu fosse a Anitta, hoje eu ia gastar uma GRANA comemorando. Grana mesmo. Tipo pelo menos uns 50 reais).
Ou ainda: bom dia pra quem vai ouvir músicas em um pequeno festival, pouco conhecido, chamado Lollapalooza. Aos frequentadores dos shows ao vivo, daqueles que vão assistir do sofá ou para os que vão à festa de comemoração da Anitta, temos cá os lançamentos de hoje: a lista inclui Ludmilla, a ressurreição de Akon, Ed Sheeran catando mais um latino para colaboração e o irmão da Billie Eilish pelado (figurativamente falando, no caso).
Mais uma seleção de lançamentos pra conseguir enfrentar a semana:
Ludmilla – Back to Be
Divertido, mas não é um grande EP de funk
Se tem alguém que tem manjado de marketing, é a Ludmilla. A gata sabe que nós curtimos uma nostalgia, mas foi atrás do único ângulo que é só dela: seu próprio passado como MC Beyoncé, cantando aquele misto de inglês bem mais ou menos com letras proibidonas em português; ou contando pra Marília Gabriela que seu maior medo é cair de moto e se ralar toda.
Em seu EP comemorativo de 10 anos de carreira, Lud (ou Bey?) comemora com feats surpreendentes (leia-se: a volta do Akon direto daquele lugar onde ficam artistas que desapareceram desde os anos 2000). É divertido, entretém, mas as músicas separadamente não são grandes coisas.
Mas cumpre seu papel: logo depois de ouvir Back To Be, vou ter que dar play nas mais brabas do Akon.
Machine Gun Kelly – mainstream sellout
Feito especialmente pra quem morde a isca
Quando o assunto é esse álbum, uma coisa tenho que falar sobre MGK: eu gosto de um artista que reconhece as críticas que recebe. O título mainstream sellout é uma ótima forma de começar, antecipando o que a galera já diz: lá vem o vendido, fazendo um rockzinho meia-boca pra quem é viúvo de emo e pós-punk.
Bom… ele realmente está fazendo um rock que não é dos melhores, voltado especialmente pra quem é viúvo de emo e pós-punk. Perfeitamente moldado, na verdade, com feats que incluem Bring Me The Horizon e a faixa mais clichê do mundo: uma chamada Emo Girl, com participação da Willow. Resumidamente, o disco não tem nada de inesperado, mas vai atrair quem ouvia emo escondido no banheiro, não é como se o MGK tivesse qualquer outra pretensão com esse disco, de qualquer maneira.
Achei curioso que ele lançou álbum novo no dia do Lolla. Pra quem é fã, deve ser um ótimo presente duplo.
J Balvin, Ed Sheeran – Sigue & Forever My Love
Sabe quando você resolve dar rolê com seu amigo descolado e destoa demais? Pois é
Bom, vamos lá. Ed Sheeran está fazendo aulas de espanhol, talvez na mesma escola que The Weeknd. Infelizmente, ficou ainda mais estranho: valorizo que o cara esteja gastando uma grana em um cursinho, mas soa meio forçado… já que k-pop tá bombando, ele vai aprender coreano também?
O combo de Sigue/Forever My Love é, basicamente, um reggaeton, que você gostaria que fosse só do J Balvin e uma música que não faz sentido ser só do Ed Sheeran. E que aliás, já nasceu pronta pra tocar em alguma novela das 7. Em Forever My Love, a participação de J Balvin é até bonita, mas toda a colaboração dos dois te faz questionar a razão da parceria, pra início de conversa. Sheeran deixa Balvin brega, Balvin escancara como Sheeran é sem jeito pra música “urbana”, na falta de palavra melhor. Sei lá, não recomendo, mas fica à vontade.
FINNEAS – Naked
FINNEAS sendo FINNEAS
Em se tratando do irmão-produtor da Billie Eilish, é difícil esperar algo que não seja bom, o cara manja de música que desce bem, com ritmo, vocais sobrepostos e tal. Naked é esse tipo de faixa que dura pouquinho, mas tem fases definidas e não te entedia de forma alguma. Aliás, termina com um som bizarríssimo que eu não faço ideia do porque está lá, mas eu gosto dessa sensação.
Vale ressaltar que o verso principal do refrão é engraçado, algo que me parece um tweet: “não acredito que você me viu pelado”. Fale por si, Finneas. Eu nunca te vi pelado não. Eu hein.
Arthur Aguiar, Matheus Fernandes – Fora da Casinha
Depois da Casa Revirada, agora ele está Fora da Casinha
Insistindo mais uma vez no conceito “casa” (já que ele está na casa do BBB, caso você não saiba), o nosso Julietto lança mais uma–agora com Matheus Fernandes. A faixa, que é tipo um pagodinho com elementos de eletrônica, até te faz balançar um pouco a cabeça, mas a melhor parte, sem dúvidas, é o clipe não-oficial: um vídeo de Mayra Cardi dançando com pães colados na roupa. Confesso que vou sentir falta dessa maluca quando tudo isso acabar.
Summer Walker – No Love (Extended Version feat. SZA & Cardi B)
Versão estendida do que já era um feat mas não é bem um remix
No Love é o maior sucesso de Summer Walker até aqui: na verdade, é originalmente um feat com SZA direto do seu álbum de 2021, Still Over It. Nessa nova versão com Cardi B, não temos grandes mudanças além de, literalmente, os acréscimos dos versos da rapper; mas não deixa de ser um R&B sexy e macio, em que até a Cardi B soa menos “vou te comer” (em todos os sentidos) e fica mais suave. Um bom lembrete, no fim das contas, de que vale ouvir Summer Walker.
Denzel Curry – Melt My Eyez See Your Future
Experimental, transcendental, melódico
A minha grande recomendação do dia provavelmente é essa: o novo álbum de Denzel Curry, Melt My Eyez See Your Future. O disco é o melhor do hip-hop de hoje, com instrumentais que ecoam em loop e um clima meio experimental e viajado, o que sempre é um bônus. É moderno, é gostoso, é um ótimo disco.
Outras em uma frase
Not The One – Red Hot Chili Peppers: eu adoro quando homem sofre.
ACORDA PEDRINHO – Jovem Dionisio: interessante…
Wallows – Tell Me That It’s Over: entretenimento garantido pra ouvir com seus 2 amigos indies.
E esta é a lista de hoje! Com o fim do mês, gostaria de jogar alguns pedidos para o universo, na esperança de que abril seja ainda melhor.
Primeiro: queria pedir que a Anitta me convide pra alguma de suas várias festas de #1. Não custa nada, cara. Segundo: queria mais festivais, porque o Lolla mal começou e eu já tô querendo mais.
E por último: uma gasolina mais barata, porque a essa altura eu tô cogitando ir a pé até Interlagos. Acha que fica cansativo saindo de Belo Horizonte?
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Dora Guerra
Dora Guerra é pesquisadora musical e pensa mais sobre o tema do que deveria. Na Tangerina, publica a coluna Fresquinhas!, sobre lançamentos musicais. Suas posses incluem: a newsletter Semibreve, o podcast Queijo Quente, uma vira-lata caramelo, alguns vinis e uma vitrola estragada.
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