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Salman Rushdie no The Daily Show

Divulgação/Comedy Central

HADI MATAR

Acusado de atacar Salman Rushdie se diz chocado por autor estar vivo

Suposto agressor também disse que leu apenas duas páginas do controverso livro Versos Satânicos e se recusou a dizer se ataque foi motivado por fátua

Luciano Guaraldo

Hadi Matar, o homem acusado de esfaquear o autor Salman Rushdie na última sexta-feira (12), se disse chocado ao descobrir que o escritor ainda está vivo. Ele também afirmou que leu apenas duas páginas do controverso livro Versos Satânicos (1988), mas não confirmou se seu ataque foi motivado pelo pedido do aiatolá Khomeini (1902-1989) de que o romancista fosse morto.

Em entrevista ao The New York Post direto da cadeia onde está sendo mantido, Hadi Matar falou pouco sobre o ataque e suas motivações. “Quando eu ouvi que ele tinha sobrevivido, eu fiquei surpreso, eu acho”, disse ele. “Eu não gosto dessa pessoa. Eu não acho que ele seja uma pessoa boa. Não gosto nada dele”, confirmou o suposto agressor.

“Ele é uma pessoa que atacou o islamismo, atacou as crenças e os sistemas de um povo”, declarou Matar na entrevista por vídeo. Ele foi acusado de agressão e tentativa de assassinado, mas se declarou inocente das acusações. Por recomendação de seus advogados, o suspeito não quis dizer se a agressão teria sido motivada pelo pedido do antigo líder do Irã. “Eu respeito o aiatolá. Eu acho que ele é uma ótima pessoa. Isso é tudo o que eu vou dizer sobre o assunto.”

Na última sexta, Salman Rushdie faria uma palestra sobre liberdade de expressão em Chautauqua, em Nova York, quando o palco foi invadido por um homem, que atacou o escritor e o esfaqueou. O autor continua no hospital, com ferimentos em um de seus olhos –que ele talvez precise extrair– e no fígado. Segundo sua família, ele já respira sem a ajuda de máquinas e está de bom humor.

Rushdie recebe ameaças de morte desde os anos 1980. Em 1988, quando lançou Versos Satânicos, ele irritou muçulmanos e virou alvo de uma fátua em que o aiatolá Khomeini pedia o seu assassinato. À época, a nação chegou a oferecer mais de US$ 3 milhões para executar o escritor. Mais de 30 anos depois, a sentença de morte continua válida, segundo o governo iraniano.

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Luciano Guaraldo

Editor-chefe da Tangerina. Antes, foi editor do Notícias da TV, onde atuou durante cinco anos. Também passou por Diário de São Paulo e Rede BOM DIA de jornais.

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