Reprodução/TV Globo
Com Cara e Coragem, Paolla Oliveira termina a sua transformação em Power Ranger iniciada em A Força do Querer
As lágrimas choradas pelas mocinhas de Paolla Oliveira já contribuíram tanto para o aumento do nível dos oceanos quanto o aquecimento global. A atriz, no entanto, faz um treinamento praticamente militar desde A Força do Querer (2017) a fim de deixar para trás esse vale de lágrimas. E, na pele de uma dublê que arrisca o próprio pescoço todos os dias, ela ainda abre uma questão existencial em Cara e Coragem –será que a artista daria uma boa Power Ranger?
Intérprete de Pat, ela não precisou enfrentar alienígenas com sérios problemas para derrotar alguns adolescentes na novela das sete da Globo. Ao contrário, a parceira de Moa (Marcelo Serrado) se jogou para a morte com um paraquedas quebrado no primeiro capítulo –como qualquer brasileiro em um dia ruim no serviço.
Apesar da injeção de adrenalina, Paola tinha credenciais dignas de se juntar ao grupo formado por Zordon (David Fielding) bem antes da atual produção. O folhetim de Gloria Perez deu uma antagonista com um título de fazer inveja a Rita Repulsa (Carla Perez) ou Divatox (Hilary Shepard) à policial Jeiza.
Bibi Perigosa (Juliana Paes) não tinha lá os seus bonecos de massa, mas criava um Megazord do mundo do crime ao lado de comparsas como Rubinho (Emílio Dantas) e Sabiá (Johnathan Azevedo).
A agente da lei ainda dava duro nos tatames para se tornar uma estrela do MMA e, se bobear, até poderia pegar umas dicas com Jason David Frank. Ele não só também seguiu carreira nas artes marciais como também morfou no ranger verde e posteriormente assumiu o uniforme branco nas temporadas mais clássicas –em Mighty Morphin Power Rangers (1993-1995).
A frágil e indefesa Sônia de O Profeta (2006) jamais sonharia com o dia em que poderia até virar um boneco que surpreendentemente vira a cabeça –e mais do que Alcione– para revelar um capacete. Paolla conseguiu dar a volta por cima e se livrar do estigma, até mesmo sendo novamente sequestrada por um companheiro abusivo em A Dona do Pedaço (2019).
Uma ranger com os atributos de Danny Bond, de Felizes para Sempre? (2015), não se curvaria à máxima de que meninos vestem azul, meninas vestem rosa. Ela seria talvez até vermelha. Ou Rebu com Dara para, como diria Regina Rouca, “chamar bem a atenção”.
Daniel Farad
Repórter. Além do Notícias da TV, também se juntou ao Tangerina para combater a mesmice e o escorbuto. Escreve do Rio de Janeiro, onde se sente eternamente em uma novela do Manoel Carlos. Aqui, porém, a gente fala mexerica. Fale com o Daniel: vilela@tangerina.news
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