Reprodução/TNT
Jennifer Coolidge deveria concorrer ao Emmy como atriz coadjuvante de série de comédia, e não por produções antológicas
Jennifer Coolidge confirmou seu favoritismo nesta segunda-feira (12) e levou o Emmy de melhor atriz coadjuvante em telefilme ou série limitada por seu trabalho em The White Lotus. A questão é que a criação de Mike White não se adequa à definição da produções elegíveis para a categoria. A HBO “trapaceou” para emplacar seus indicados.
Oficialmente, The White Lotus é uma série antológica. Ou seja, cada temporada conta uma história diferente. Alguns atores podem até se repetir, mas sempre interpretando novos personagens. É o que acontece com American Horror Story, por exemplo.
Até aí, tudo bem. Como as temporadas de The White Lotus vão funcionar de maneira isolada, a atração está apta a concorrer nas categorias de série limitada, certo? Só que elas não são tão independentes assim.
Apenas seis dias depois de o Emmy divulgar todos os inscritos para a premiação deste ano, a HBO anunciou que Jennifer Coolidge voltará na segunda temporada de The White Lotus com a mesma personagem que viveu no primeiro ano, a socialite divertida (e sem noção) Tanya McQuoid. Se ela vai voltar nos novos episódios, sua história não se encerrou na primeira temporada. Portanto, a atração deixa de ser uma série limitada e deveria concorrer como série de comédia.
A própria American Horror Story já havia passado por uma controvérsia parecida em 2019, quando Apocalypse repetiu muitos personagens de anos anteriores e foi despachada pela Academia de Televisão para as categorias de melhor série de drama. Neste ano, com duas histórias independentes, a criação de Ryan Murphy voltou a ser uma série limitada.
Mas que diferença isso fez para os votantes do Emmy, afinal? Muita. Como atriz coadjuvante de série limitada, Jennifer Coolidge concorreu com 182 colegas de trabalho –muitas delas sem a menor chance. Se estivesse inscrita como coadjuvante de comédia, a atriz de Legalmente Loira (2001) teria 265 competidoras e deixaria de ser a favorita.
Luciano Guaraldo
Editor-chefe da Tangerina. Antes, foi editor do Notícias da TV, onde atuou durante cinco anos. Também passou por Diário de São Paulo e Rede BOM DIA de jornais.
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