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Johnny Depp venceu o processo que movia contra Amber Heard, mas não levou a indenização completa e terá que pagar US$ 2 milhões à ex-mulher
O julgamento do século chegou ao fim nesta quarta-feira (1º), com o veredicto a favor de Johnny Depp. O júri do caso confirmou que o ator foi difamado por Amber Heard em um artigo publicado em 2018 no qual ela revelava ter sido vítima de violência doméstica.
A vitória do eterno Jack Sparrow, no entanto, não foi completa: ele receberá “apenas” US$ 10,3 milhões (R$ 49,2 milhões) dos US$ 50 milhões (R$ 240 milhões) solicitados como indenização. Inicialmente, o júri havia definido que ela deveria desembolsar US$ 15 milhões (R$ 71,7 milhões), sendo US$ 10 milhões (R$ 47,8 milhões) para compensação de danos e os outros US$ 5 milhões (R$ 28,7 milhões) como medida punitiva.
A juíza Penney Azcarate, porém, prontamente baixou o valor punitivo para US$ 350 mil (R$ 1,6 milhão), teto máximo para indenizações do tipo no Estado da Virgínia, onde o julgamento ocorreu.
Depp ainda terá de pagar US$ 2 milhões (R$ 9,5 milhões) para Amber em um contra-ataque movido pela equipe da atriz de Aquaman; ela também recebeu uma quantia muito abaixo da pedida, de US$ 100 milhões (R$ 480 milhões).
Em comunicado publicado após a decisão do tribunal, Amber lamentou o ocorrido. “A decepção que sinto hoje vai além das palavras. Estou de coração partido que a montanha de provas ainda não foi o suficiente para enfrentar o poder e a influência desproporcionais do meu ex-marido. Estou ainda mais decepcionada com o que esse veredicto significa para outras mulheres. É um retrocesso. Voltamos para um tempo em que uma mulher que tentava se erguer pode ser humilhada publicamente. É um retrocesso à ideia de que a violência contra a mulher deve ser levada a sério.”
Johnny Depp não estava no tribunal para acompanhar o veredicto. Ele viajou para a Inglaterra, onde fez shows com o amigo Jeff Beck. Mas representantes do ator afirmaram que ele acompanharia a transmissão ao vivo pela internet.
Após o veredicto, Depp também se pronunciou no Instagram. “Seis anos atrás, minha vida, as vidas dos meus filhos e as daqueles mais próximos a mim foram mudadas para sempre. Tudo em um piscar de olhos. Alegações falsas, criminosas e muito sérias foram feitas sobre mim na mídia, e isso desencadeou uma avalanche de conteúdo odioso, embora nenhuma acusação formal tenha sido feita contra mim. Elas viajaram pelo mundo em um nanossegundo e tiveram um impacto sísmico na minha vida e na minha carreira.”
“Seis anos depois, o júri devolveu a minha vida. Minha decisão de manter esse caso, sabendo muito bem a altura dos obstáculos legais que eu encararia e o espetáculo mundial e inevitável que se instalaria sobre mim, só foi tomada depois de muita reflexão. Meu objetivo era revelar a verdade, independentemente do resultado. Falar minha verdade era algo que eu devia aos meus filhos e para todos que me apoiaram”, continuou ele.
Depois de chegar a um consenso sobre o caso, o júri foi aconselhado pela juíza Penney Azcarte a colocar um valor na decisão. Eles deveriam estipular que Amber pagasse o mínimo de US$ 1 (R$ 4,80) para Johnny Depp. Àquela altura, segundo o site Deadline, todas as partes envolvidas já sabiam do resultado.
A defesa de Amber Heard usava como argumento contra a difamação o fato de que a atriz jamais colocou o nome de Johnny Depp no artigo que escreveu para o Washington Post. Os advogados do astro, no entanto, alegavam que o público poderia induzir que a acusação de violência doméstica era sobre ele, mesmo sem ser oficialmente citado.
Em meio ao processo, a equipe de Amber decidiu entrar com uma ação contra Johnny Depp, pois o então advogado do ator, Adam Waldman, afirmou que as acusações da atriz eram falsas e um grande boato. Por causa disso, a atriz passou a ser atacada nas redes sociais. Uma testemunha dela alegou ainda que seu papel em Aquaman 2 foi bastante reduzido para evitar controvérsia –a Warner Bros. e a DC negam.
Em 2020, Johnny Depp havia processado o tabloide The Sun por tê-lo chamado de “agressor de mulher” em um texto. Na ocasião, no entanto, ele foi derrotado na Justiça. Após ter seu nome envolvido no escândalo, o ator foi demitido da franquia Animais Fantásticos (onde foi substituído por Mads Mikkelsen).
Segundo os advogados do astro, a Disney também teria desistido de fazer um novo capítulo de Piratas do Caribe com o ator –a saga deve ser reiniciada com Margot Robbie no papel principal.
Luciano Guaraldo
Editor-chefe da Tangerina. Antes, foi editor do Notícias da TV, onde atuou durante cinco anos. Também passou por Diário de São Paulo e Rede BOM DIA de jornais.
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