Reprodução/TV Globo
O comportamento de Juma (Alanis Guillen) pode ser tanto de um "bicho do mato" quanto de um millennial em Pantanal
Juma (Alanis Guillen) cresceu isolada em uma tapera e, mesmo assim, se tornou uma das principais representantes da Geração Y em Pantanal. Os hábitos da jovem, que é considerada uma espécie de “bicho do mato” pela família de José Leôncio (Marcos Palmeira), se confundem com os dos millennials –aqueles nascidos entre 1981 e 1999.
A filha de Maria Marruá (Juliana Paes) não trocava a capa do disco As Quatro Estações de Sandy & Junior quando chegava o inverno. Ela só conseguia um pouco de querosene com Eugênio (Almir Sater) no escambo, já que nunca colocou a mão em dinheiro –assim como os seus contemporâneos, que vivem não só a era dos cartões de plástico como a do subemprego.
A personagem de Alanis Guillen ganhou a simpatia dessa fatia do público justamente por representar boa parte de seus costumes e obsessões. Ela prefere ficar sozinha em casa do que socializar e está sempre reclamando. Na maioria das vezes, nos ouvidos de Muda (Bella Campos) –uma espécie de Twitter improvisado no interior do Centro-Oeste.
Um dos pontos mais afins entre Juma e os millennials é a opção por não ter filhos. Ela já deixou claro para Jove (Jesuita Barbosa) que a maternidade levou Maria Marruá apenas ao sofrimento, sobretudo por ver Chico (Tulio Starling) ser brutalmente assassinado.
A relação deles é bastante delicada e cheia de embates por conta de diferenças, digamos, geracionais. As redes sociais apostam que o sobrinho de Irma (Camila Morgado) seja mais próximo da geração Z, ora pela sua identidade fluida, ora pelo pouco apego aos bens materiais –providos pelo pai “boomer”.
A Geração Y não se vê em condições materiais e muito menos psicológicas para gerar um novo ser humano. Ela prefere dedicar o afeto aos animais de estimação, com um apego pelos gatos. Juma também é “mãe de pet”, mas em uma escala maior ao criar a onça pintada em que supostamente reencarnou o espírito da sua mãe.
A protagonista de Pantanal também lida com as suas emoções da mesma maneira que os millennials, ou seja, passando muita “reiva”. Ela está sempre irritada e à beira do colapso, doida para voltar o mais rápido possível para a sua casa –e expulsar qualquer visita de lá na base da espingarda.
Daniel Farad
Repórter. Além do Notícias da TV, também se juntou ao Tangerina para combater a mesmice e o escorbuto. Escreve do Rio de Janeiro, onde se sente eternamente em uma novela do Manoel Carlos. Aqui, porém, a gente fala mexerica. Fale com o Daniel: vilela@tangerina.news
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