Por medo, Warner recua e mantém discovery+ após fusão com HBO Max

A fusão entre a HBO Max e o discovery+ sofreu uma reviravolta. Com medo de perder assinantes, executivos da Warner Bros. Discovery recuaram da decisão de cancelar o segundo serviço e vão seguir com a plataforma mesmo com a chegada de um novo serviço que irá englobar o conteúdo de ambas.

Fontes com conhecimento das negociações revelaram ao The Wall Street Journal que executivos do conglomerado notaram que poderiam perder assinantes por causa do aumento do valor pago pela nova plataforma. Nos Estados Unidos, os clientes pagam respectivamente US$ 16 (R$ 83,20) e US$ 10 (R$ 52,00) por mês pelas versões sem e com anúncios da HBO Max. No caso do discovery+, os preços são de US$ 7 (R$ 36,40) e US$ 5 (R$ 26,00).

Nos últimos meses, os executivos da Warner decidiram fundir as duas plataformas em uma única oferta. A HBO Max já apresenta alguns títulos do discovery+ com mais destaque, embora o ajuste final entre o prestígio da HBO e as atrações pilares da Discovery, como 90 Dias para Casar, tenha sido questionado dentro e fora da empresa.

Segundo a publicação, o plano agora é manter o discovery+ disponível, mesmo quando um serviço combinando as duas plataformas chegar ao mercado ainda neste ano. É esperado que o HBO Max seja renomeado como Max, refletindo sua orientação mais ampla para assinantes e suas ambições de transcender as raízes de TV a cabo premium.

O valor a ser cobrado ainda está em avaliação, especialmente com os consumidores norte-americanos respondendo à inflação e à proliferação de outros serviços de streaming nos últimos anos. Por US$ 16, a mensalidade HBO Max já está no topo do mercado, sendo que a plataforma roubou recentemente o rótulo de mais cara da Netflix nos EUA.

Os chefões informaram que o novo streaming deve pegar os pontos positivos de cada plataforma para resolver problemas atuais –em particular a usabilidade da HBO Max e o conteúdo do discovery+. A expectativa é que o serviço chegue a 130 milhões de assinantes no mundo todo até 2025. No Brasil, a estreia ocorrerá entre setembro e novembro de 2023.

A plataforma deve ser lançada primeiramente nos EUA, no verão do hemisfério norte (entre junho e agosto). Em seguida, será a vez da América Latina, no outono norte-americano (entre setembro e novembro). A Europa é a próxima parada do novo streaming, no início de 2024. A Ásia e a Oceania serão os últimos territórios a fazer a transição, no meio de 2024. E só depois a plataforma chegará a novos mercados: quatro países não identificados receberão o serviço entre setembro e novembro de 2024.

O presidente da Warner Bros. Discovery, David Zaslav, adiantou que o novo serviço terá opções de preço diferentes: o mais caro será sem anúncios, e um mais barato terá algumas propagandas durante a exibição do conteúdo. Mais para a frente, a empresa planeja lançar um terceiro plano, gratuito, mas com mais intervalos comerciais –como um canal de TV.