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Grupo fez sucesso nos anos 1970 e 1980 com músicas como I'm So Excited, Jump (For My Love), Automatic e Neutron Dance
A cantora Anita Pointer, do girl group The Pointer Sisters, morreu na noite de sábado (31), aos 74 anos. Ela lutava contra um câncer e era a última sobrevivente da formação original do grupo, que fez muito sucesso nas décadas de 1970 e 1980 e ganhou três Grammys e uma estrela na Calçada da Fama. Entre os sucessos, músicas como I’m So Excited e Jump (For My Love).
A morte foi confirmada pelo assessor Roger Neal, que cuidava da carreira de Anita. “É com tristeza que informo que minha cliente, a vencedora do Grammy Anita Pointer, das Pointer Sisters, morreu após uma batalha heroica contra o câncer. Ela estava cercada pela família e morreu em paz”, escreveu ele.
“Apesar de estarmos muito tristes com a perda de Anita, sentimos conforto de saber que ela agora está com sua filha, Jada, com as irmãs June e Bonnie, e, principalmente, em paz. O céu ficará um lugar mais bonito e amável com Anita lá”, disse a família Pointer em comunicado à imprensa.
Antes de formarem as Pointer Sisters, as irmãs Bonnie (1950-2020) e June (1953-2006) faziam uma dupla chamada Pointers, a Pair. Anita rapidamente se interessou pela carreira artística e pediu demissão de seu emprego para se juntar as outras duas em 1969. Elas começaram a se apresentar em casas noturnas e a fazer vocais de apoio para diversos artistas até que, em 1971, foram contratadas pela Atlantic Records.
Apesar de os singles que lançaram terem fracassado (elas conseguiram apenas um sucesso restrito com Send Him Back), a irmã mais velha, Ruth Pointer, decidiu se unir as familiares na estrada –antes, ela recusara o convite porque tinha dois filhos para criar. As quatro assinaram acordo com a gravadora Blue Thumb para lançar o primeiro disco.
Decididas a não repetirem os erros da Atlantic, elas optaram por não seguirem o caminho do pop e apostaram em uma mistura de jazz e bebop. Também procuraram roupas da década de 1940 para terem um visual que as diferenciasse de outras artistas da época. Em 1973, o álbum The Pointer Sisters, que incluía o hit Yes We Can Can –a faixa chegou à 11ª posição no ranking Hot 100 da Billboard.
That’s a Plenty (1974), o segundo disco, trouxe mais sucessos e uma inusitada faixa country, Fairytale, que rendeu às Pointer Sisters um Grammy e a oportunidade de o primeiro grupo formado apenas por negros a se apresentar no Grand Ole Opry, o principal palco do gênero, localizado em Nashville, no Tennessee. A música fez tanto sucesso que foi regravada até por Elvis Presley (1935-1977).
Em 1977, Bonnie decidiu deixar as irmãs para tentar carreira solo, e June pediu um tempo para descansar da agenda puxada. Ruth e Anita aproveitaram para cuidar de suas respectivas famílias. Elas assinaram com a Planet Records e decidiram abandonar o visual retrô e lançar músicas com um som mais contemporâneo. No ano seguinte, já com June de volta, veio o álbum Energy, com estilo soft rock. Em 1979, elas mergulharam ainda mais no rock com Priority.
No início dos anos 1980, com a estreia da MTV, as Pointer Sisters chegaram ao auge do sucesso, com clipes que mostravam toda a sua energia a um público que antes só conseguia presenciar aquilo em apresentações ao vivo. Nesse período, elas lançaram hits como He’s So Shy, Automatic, I’m So Excited, Jump (For My Love) e Neutron Dance –que entrou para a trilha de Um Tira da Pesada (1984).
Elas ganharam mais dois Grammys, sedimentando seu status como ícones da música. Era tanto sucesso que foram chamadas para participar da icônica gravação de We Are the World, ao lado de Michael Jackson (1958-2009), Tina Turner, Diana Ross, Bob Dylan e tantos outros.
Em 2002, June Pointer começou a faltar a apresentações do grupo e foi substituída pela sobrinha, Issa, filha de Ruth. A veterana abandonou o grupo oficialmente naquele ano e se uniu a Bonnie como uma dupla. Assim, a formação das Pointers Sisters passou a ser Anita, Ruth e Issa. Depois, a neta de Ruth, Sadako, também se juntou ao grupo –que se manteve um quarteto até a saída oficial de Anita, em 2015.
Luciano Guaraldo
Editor-chefe da Tangerina. Antes, foi editor do Notícias da TV, onde atuou durante cinco anos. Também passou por Diário de São Paulo e Rede BOM DIA de jornais.
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