MÚSICA

ÀVUÁ e Kaike, selecionados para o YouTube Foundry

Reprodução/Instagram

Kaike e ÀVUÁ

Após Dua Lipa e Rosalía, YouTube escolhe brasileiros para promover

O YouTube revelou os selecionados para o projeto Foundry e a Tangerina conversou exclusivamente com os dois artistas brasileiros da lista

Giulianna Muneratto

Nesta semana, o YouTube anunciou a turma de 2022 do programa Foundry, fundo musical voltado a artistas totalmente independentes que surgiu em 2015 e já revelou e apoiou nomes como Rosalía, Dua Lipa e Marina Sena. Neste ano, o programa traz seu maior elenco até então: são 30 artistas de 15 países diferentes que receberão apoio financeiro, estratégico e de marketing diretamente da plataforma. O Brasil figura na lista com o cantor Kaike e a dupla ÀVUÁ.

A equipe do YouTube define os apoios baseada em artistas que enxergam a música e as narrativas com um olhar inovador. “O Foundry celebra e incentiva a coragem de artistas independentes e das comunidades ao seu redor. Nossa equipe global tem a sorte de trabalhar para apoiar essas pessoas e reduzir as barreiras ao longo de sua jornada artística, durante todas as etapas do percurso”, afirma Naomi Zaichner, diretora de parcerias com artistas para o YouTube.

Para a turma de 2022, foram selecionados: Amari’ Noelle (Estados Unidos), Ashley Cooke (Estados Unidos), ART (Alemanha), ÀVUÀ (Brasil), BabyTron (Estados Unidos), BIBI (Coreia), Black Sherif (África Subsaariana), Bruses (México), Danielle Ponder (Estados Unidos), French The Kid (Reino Unido), Genesis Owusu (Austrália), Haru Nemuri (Japão), Joeboy (África Subsaariana), Jossman (Colômbia).

Completam o elenco do Foundry deste ano: Kader Diaby 4Real (França), Kaike (Brasil), Kayan (Índia), Magdalena Bay (Estados Unidos), Mehro (Estados Unidos), Nemahsis (Canadá), Noor Chahal (Índia), Obongjayar (Reino Unido), RIMON (Holanda), Roxane Bruneau (Canadá), Skiifall (Canadá), Snow Tha Product (Estados Unidos), Sudan Archives (Estados Unidos), ThuI’m y (Estados Unidos), TSHA (Reino Unido) e Yoss Bones (México).

A Tangerina conversou com exclusividade com os dois artistas brasileiros escolhidos para o projeto. Tanto a dupla ÀVUÀ quanto Kaike são vozes marcantes e nomes para você prestar atenção, pois eles certamente aparecerão mais no cenário musical nacional e, quem sabe, internacional. Confira:

Com raízes na MPB, conheça a dupla ÀVUÀ

ÀVUÁ

ÀVUÀ já tem apresentações marcadas no MECAInhotim e Primavera Sound

ÀVUÀ é um duo formado pela cantora e compositora Bruna Black e o cantor Jota.pê –a junção de dois amigos que já tinham carreiras solo e, após o lançamento da música Conte Comigo, resolveram testar como seriam enquanto dupla. E tem funcionado muito bem.

“O processo para nós dois nos tornarmos ÀVUÀ foi muito natural. Temos nossas carreiras solo que vão sempre acompanhar a gente, assim como ÀVUÀ vai sempre nos acompanhar. O ÀVUÀ foi só um nome que a gente deu e uma ideia de planejar melhor um projeto que já fazíamos”, explicou Jota.pê à Tangerina. “A Bruna já tinha participado de um single meu, eu já havia participado de um single do EP dela. Tínhamos o costume de frequentar o show um do outro, às vezes acontecia de ela estar na plateia e eu a chamar para cantar, e vice-versa.”

Ambos foram participantes do The Voice Brasil, mas em momentos diferentes. Jota.pê encarou o desafio em 2017, e Bruna participou em 2020, consolidando suas carreiras individuais. Jota.pê já tinha um pé na música desde sempre –praticamente todos os membros de sua família tocam algum instrumento ou cantam– e, aos 12 anos, decidiu fazer da música sua profissão. Já Bruna Black começou ainda mais jovem, aos três anos, cantando em igrejas evangélicas. 

Hoje, os dois apostam na MPB e já têm grandes palcos para encarar pela frente: em agosto, ÀVUÀ faz sua primeira parada no Festival CoMA – Consciência, Música e Arte, em Brasília; na sequência, a dupla toca no MECAInhotim, festival de música que reúne grandes nomes da MPB no maior museu a céu aberto do mundo; e, em novembro, Bruna e Jota.pê voltam a São Paulo para o Primavera Sound

“Estamos muito animados e felizes, esse clima de festival é uma coisa que a gente sempre quis participar, estar nesses palcos grandes, poder assistir a shows de artistas que a gente é fã, encontrar esses artistas, ter a possibilidade de vê-los assistindo ao nosso show, também é muito especial”, confessa o músico.

ÀVUÁ no clipe de Abrigo

Para conhecer o ÀVUÀ, ouça Abrigo

Versão acústica da faixa já tem mais de 2 milhões de visualizações no YouTube

Segundo Jota.pê, o nome da dupla, que remete a voar, reflete o grande objetivo dos cantores, que buscam uma onipresença no cenário musical. “Queremos tocar em muitos lugares, estados, países, planetas e em muitos palcos”, explica. “Amamos estar no palco, gravar. A ideia toda é meio que isso, gravar disco, viajar, tocar, voltar, gravar outro disco, viajar e assim vai. Sempre pensando em novos videoclipes e estudos, sendo um lance de eternidade mesmo.”

Com relação à participação no projeto YouTube Foundry, ambos acreditam que será a expansão de novos horizontes enquanto artistas. “Temos visto o quanto participar do YouTube Foundry abre possibilidades, por se tratar de uma empresa gigante, com conhecimento de mercado e disposta a não só apoiar financeiramente, mas de fato ajudar a gente a entender como chegar em lugares maiores e em mais pessoas, para realmente entendermos o que está acontecendo e como podemos amplificar nosso alcance”, explica Jota.pê. “É uma parceria que não só agrega para o momento presente, mas sim em toda a carreira.”

Sorriso largo e criatividade, conheça Kaike

Kaike no YouTube Foundry

Kaike ainda está no primeiro ano do ensino médio, mas já é considerado uma das vozes promissoras da música brasileira

Divulgação/YouTube

Kaike é um mineiro prodígio na música. Aos 16 anos, ele não somente canta, mas também compõe, dirige e edita os próprios videoclipes, que são publicados em seu canal do YouTube

Cria da pandemia, o artista começou a publicar covers de suas músicas preferidas em 2019 e foi aprimorando sua arte durante o período em que precisou se trancar em casa. “Comecei a transformar algumas poesias que já tinha escrito em música e fui seguindo. Aos poucos, foi acontecendo. Foi rápida essa transição para mim, porque foi bem no início da pandemia que tudo aconteceu, então eu tive tempo para me criar e tive alguns contatos que me possibilitaram iniciar na música”, revela em bate-papo com a Tangerina.

Entre suas influências musicais, ele cita FKA Twigs, Rico Dalasam, Duda Beat, Baco Exu do Blues e Kali Uchis –sendo que os três últimos já o notaram, interagiram e elogiaram seu trabalho. Mas o que inspira mesmo Kaike para compor são suas vivências e até a própria imaginação.

“O contato com o mundo, com o que eu vivo, me inspira muito. A minha família também. Mas o que me inspira mais é minha imaginação –então tudo o que eu posso criar nessa ‘caixola’ aqui vira uma música. Eu amo inventar histórias. Fico ‘fanficando’ na minha cabeça, escrevo uma música, faço um casal imaginário aqui e ali. Viver me inspira”, conta.

Atualmente, ele sonha em cantar em uma grande premiação e espera que daqui para a frente possa viabilizar seus projetos mais ambiciosos. “É meu sonho desde pequeno. Sempre quando vejo os artistas se apresentando [em premiações musicais], fico sonhando e ‘performando’ aqui em casa. Eu sonho também em poder possibilitar tudo o que eu imagino, transparecer melhor na minha arte. Em questão financeira mesmo”, afirma. “Como artista independente, algumas coisas sempre têm que ser adaptadas. Eu sonho que, mais para a frente, eu e minha equipe consigamos viabilizar mais coisas.”

Segundo o artista, participar do YouTube Foundry representará um largo passo em sua carreira. “Eu enxergo uma oportunidade muito grande. Tenho certeza de que vai abrir muitas portas, vai colocar a minha cara em vários lugares. Então, eu acredito que também vou poder realizar meus próximos projetos com verba, acho que vai ser e está sendo incrível”, finaliza.

Kaike no videoclipe de Crime

Assista ao videoclipe de Crime, de Kaike

Da música ao videoclipe, tudo foi criado pelo cantor de apenas 16 anos

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QUEM FEZ

Giulianna Muneratto

Jornalista pela Faculdade Cásper Líbero. Adora um filme clichê, música pop e sonhava em ser cantora de cruzeiro, mas não tem talento pra isso.

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