Leo Franco/AgNews
Em show de quase duas horas, os Backstreet Boys fizeram um estádio inteiro vibrar com músicas nostálgicas e muito talento
Os Backstreet Boys são a prova viva de que ainda há espaço neste mundo para as boy bands. Nesta sexta-feira (27), o grupo fez o primeiro de dois shows esgotados da turnê DNA em São Paulo e mostrou, com uma set list de mais de 30 músicas, que eles continuam carregando o legado do pop chiclete nas costas.
O Allianz Parque estava repleto de pessoas, em sua grande maioria mulheres, com mais de 30 anos, mas que tinham a mesma disposição e energia de fãs de grupos de k-pop que estão fazendo sucesso entre a geração Z.
Em meio a gritos agudos, AJ McLean, Howie Dorough, Nick Carter, Kevin Richardson e Brian Littrell subiram ao palco com quase 15 minutos de atraso, mas que acabaram passando despercebidos diante da grandiosidade do talento dos cantores.
O show desta sexta deveria ter acontecido em março de 2020, mas foi adiado por conta da pandemia de Covid-19. A empolgação da plateia, porém, provou que a espera valeu à pena. Os Backstreet Boys fizeram uma apresentação com coreografias sincronizadas, declarações de amor ao público brasileiro e até cueca sendo jogada para a plateia.
Sim, AJ resolveu atirar uma cueca ao público para homenagear as mulheres que, no início dos anos 2000, jogavam seus sutiãs e calcinhas em cima do palco. Ele, porém, se recusou a ficar seminu em cima do palco, apesar dos cartazes pedindo.
As faixas do álbum mais recente, DNA (2019), não eram tão aclamadas pelo público. Inclusive, Kevin chegou a perguntar quem da plateia tinha o álbum, mas diante da ascensão do streaming, os gritos de afirmação foram tímidos.
Os Backstreet Boys brilham, porém, quando se ancoram na nostalgia. Show Me the Meaning of Being Lonely foi a faixa que deu o início ao chororô e à gritaria forte das fãs que realizavam, ali, seus sonhos adolescentes.
A segunda metade do show, a partir do hit Everybody, simplesmente levou o Allianz Parque abaixo. Vestidos de branco, lembrando bastante o início da carreira, o grupo fez o estádio inteiro vibrar e pular com uma sequência de hits do quinteto que transportaram todos para os anos 1990 e 2000.
Para fechar com chave de ouro, fitas brancas e bolas gigantescas invadiram a plateia. E o desespero dos fãs para no mínimo tocar em uma dessas bolas beirava a comédia, mas é compreensível tamanho o amor pelos ídolos. Tocar a bola era como provar a si mesmo que esteve ali, presenciando aquele momento, que seria eternizado na memória.
O grupo se despediu com Larger Than Life, do álbum Millenium (1999), para deixar os fãs com gostinho de quero mais e manter a energia lá em cima até o fim. Os vocais não deixaram a desejar, nem mesmo a performance dançante do quinteto, que já beira os 50 anos. Vida longa às boy bands.
Giulianna Muneratto
Jornalista pela Faculdade Cásper Líbero. Adora um filme clichê, música pop e sonhava em ser cantora de cruzeiro, mas não tem talento pra isso.
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