Caetano Veloso: Seis filmes para comemorar os 80 anos do cantor

Caetano Veloso completa 80 anos neste domingo (7), e o legado construído por ele até aqui vai muito além da música. O cantor e compositor participou de produções sobre o movimento do tropicalismo, que marcou a história da MPB, mas teve outras contribuições ao cinema nacional —e chegou até a dirigir o próprio longa.

A Tangerina lista seis filmes que ajudam a contar a história de Caetano Veloso, relembram grandes momentos do baiano e as dificuldades enfrentadas durante a Ditadura Militar (1964-1965) no Brasil.

Os Doces Bárbaros (1976)

O documentário acompanha a turnê em comemoração aos 10 anos de carreira de Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gal Costa e Gilberto Gil. Os quatro artistas criaram um supergrupo chamado Doces Bárbaros e lançaram 15 músicas inéditas para apresentar nos shows. As faixas também foram divulgadas em um disco com o mesmo título.

Dirigido por Jom Tob Azulay, o longa tinha o objetivo inicial de mostrar gravações dos shows do grupo, mas acabou ganhando novos tons. Além de cenas de bastidores, o filme apresenta a prisão e julgamento de Gilberto Gil por porte de drogas. A produção está disponível na Globoplay.

O Cinema Falado (1986)

Estreia de Caetano Veloso na direção de um longa, o filme é um projeto experimental, em que amigos do cantor reproduzem poesias e textos famosos entre imagens do Rio de Janeiro e entrevistas. Regina Casé, Gilberto Gil, Elza Soares (1937-2022) e Lulu Santos são alguns dos rostos que aparecem na tela.

A ideia do roteiro surgiu de um dia em que Caetano via entrevistas na televisão e imaginou um projeto no qual pessoas falassem sobre temas variados, como filosofia, literatura e música.

O “gatilho”, segundo o cantor afirmou em entrevista ao Canal Brasil, veio quando ele ouviu Não Tem Tradução, composição de Noel Rosa (1910-1937), cantada por Aracy de Almeida (1914-1988). Os primeiros versos da faixa são “o cinema falado é o grande culpado da transformação/ Dessa gente que sente que um barracão prende mais que um xadrez”.

O filme está disponível na íntegra no YouTube.

Coração Vagabundo (2009)

Dirigido por Fernando Grostein Andrade, o documentário acompanha Caetano Veloso durante a turnê de divulgação do álbum A Foreign Sound (2004), seu primeiro totalmente em inglês. O filme apresenta a simplicidade do dia a dia do cantor, durante a passagem por São Paulo, Estados Unidos e Japão. O longa foi disponibilizado na íntegra pela produtora Spray Filmes na plataforma Vimeo.

Uma Noite em 67 (2010)

Entre imagens de arquivo e depoimentos, o filme relembra a terceira edição do Festival da Música Popular Brasileira, que teve Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque e Mutantes entre os principais candidatos ao prêmio. Mostrando os grandes momentos do evento, a produção dirigida por Renato Terra e Ricardo Calil consegue retratar as questões políticas envolvendo a Ditadura Militar, a tropicália e a ascensão dos artistas, que se tornariam lendas da MPB. A produção está disponível no YouTube.

Tropicália (2012)

O filme relembra os melhores momentos da tropicália, desde o fim da década de 1960. Com imagens e entrevistas da época, o longa de Marcelo Machado tenta decifrar a origem do movimento, o significado do nome escolhido e as respostas dos artistas à repressão dos militares. O documentário também está na íntegra no YouTube.

Narciso em Férias (2020)

Mais um longa dirigido pela dupla de Uma Noite de 67 (2010). Desta vez, conta ainda com a produção de Paula Lavigne. O filme inteiro se passa apenas em um ambiente, enquanto Caetano Veloso relembra os 54 dias que passou em cárcere, quando foi preso pelos militares, em 1968. O documentário estreou fora de competição no 77º Festival de Veneza, na Itália, e está disponível na Globoplay. Durante as filmagens, o cantor ainda gravou uma versão de Hey, Jude, dos Beatles.