Francisco, El Hombre pede para derrubar presidente no Rock in Rio

“Boa noite, Rock in Rio antifascista”, saudou Sebastianismos, um dos fundadores da banda Francisco, El Hombre antes do início do show no palco Supernova, nesta quinta-feira (8). “Quem não dança é miliciano”, bradou, ao abrir a performance com Loucura.

Antes mesmo de o show começar, eles ainda exibiram uma bandeira do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), incentivando um coro contra o presidente Jair Bolsonaro.

“De 2015, com o golpe parlamentar; de 2018, com a eleição do fascismo, a resistência está resistindo”, declarou Mateo, um dos músicos que não economizava altos saltos enquanto segurava um violão –um dos pulos conjuntos da banda acabou até atingindo parte da bateria, que teve que ser remontada durante Tá Com Dólar, Tá Com Deus.

Entre as manifestações políticas, a Francisco, El Hombre conseguiu criar uma sensação de Carnaval fora de época no Rock in Rio. Foi resultado do esforço da banda, que não deixava o público parado entre pedidos para criarem rodas de bate-cabeça ou para um coro no início de Arranca A Cabeça do Rei.

“Só tem um jeito dе tudo mudar/ Todo mundo junto o presidente derrubar”, cantou a banda, mudando a letra original, que citava o personagem Golias. Eles ainda interromperam os vocais da canção, enquanto o público pedia “fora Bolsonaro”.

A Francisco, El Hombre fez o mesmo quando puxaram “olê olê olá, Lula, Lula”. Dessa vez, a banda ainda acompanhou o coro com guitarra e bateria, enquanto o telão piscava luzes brancas e vermelhas.

As manifestações políticas da Francisco, El Hombre não são novidades para o Rock in Rio. Em 2019, eles foram atração do palco Sunset juntamente com a banda colombiana Monsieur Periné. Durante Triste, Louca é Má —um dos seus maiores sucessos até então— apareceram fotos de figuras como Marielle Franco (1979-2018) e Dilma Rousseff no telão.

Bolso Nada, criada ainda antes das eleições de 2018, foi trilha para uma série de frases em protesto ao presidente Jair Bolsonaro. Neste ano, a política continuou como tema central na edição do festival em Lisboa, ao cantarem Arranca A Cabeça do Rei, que ainda nem tinha sido lançada.