MÚSICA

Homenagem a Elza Soares no Rock in Rio 2022

Reprodução/Multishow

Crítica

Rock in Rio: Homenagem a Elza Soares gera protestos no festival

Cantor Caio Prado usou roupa em referência à disputa presidencial e dedicou música para a diversidade durante tributo

Lucas Almeida
Lucas Almeida

Com um line up quase todo formado por mulheres pretas no palco Sunset, o Rock in Rio celebrou o legado de Elza Soares (1937-2022) em um show especial neste domingo (11). Sem se esquivar de questões políticas, a apresentação foi idealizada pela própria cantora carioca, que morreu em janeiro. Ela se apresentaria no festival, que estava programado para 2019 originalmente, mas foi adiado por causa da pandemia.

Da lista de faixas aos músicos do palco, tudo foi aprovado por Elza Soares, segundo Zé Ricardo, curador do palco Sunset. “Ela está aqui hoje, porque nós a estamos honrando. A história da Elza Soares é sobre uma mulher preta que ganhou o Brasil e vai viver sempre nas nossas memórias”, declarou ele no início da performance.

Larissa Luz abriu o show declamando versos sobre a história de Elza. Ela ainda cantou trechos de Comigo e Meu Guri ao lado de Caio Prado. Logo em seguida, Majur, Agnes Nunes, Mart’nália e Gaby Amarantos se juntaram para A Carne.

Depois de uma rápida e bela participação de Agnes Nunes com Comportamento Geral, Caio Prado chamou atenção. Ele voltou ao palco com uma roupa composta metade por um uniforme da seleção brasileira e metade por um vestido de festa todo vermelho — referência às cores usadas pelos apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) e Lula (PT), respectivamente.

Sem fazer referência direta aos presidenciáveis, o cantor carioca fez um pedido: “Elza Soares representava a inclusão. Quero cantar à resistência do samba. Vamos levar esperança para um Brasil feliz de novo”.

Compositor de Não Recomendado, o cantor carioca foi parceiro musical de Elza nos últimos anos. “Quero convocar as bichas pretas e afeminadas desse país, as trans, a diversidade”, disse ele antes de interpretar a própria faixa. Quando o público puxou um coro à favor de Lula, Caio afirmou que a faixa tinha a mesma mensagem pedida pela plateia. “A placa de censura no meu rosto diz/ Não recomendado à sociedade”, diz o refrão da canção.

Grande destaque da noite, Larissa Luz ainda voltou ao palco outras três vezes para cantar Dura Na Queda, Maria da Vila Matilde, Banho e no ato final, em que os seis cantores se reuniram para Mulher do Fim do Mundo.

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Lucas Almeida

Lucas Almeida

Repórter. Passou pela MTV Brasil e Veja.com. É fã de um pop triste e não deixa de ouvir todos os lançamentos musicais da semana.

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