MÚSICA

A cantora Camila Cabello no The Voice

Divulgação/NBC

TÉCNICA NOVATA

Como maratona de funk no Brasil ajudou Camila Cabello no The Voice?

Cantora ainda revisitou tempo como participante do The X Factor para sentir a pressão de ser técnica do reality musical exibido no Brasil pelo E!

Luciano Guaraldo

Depois de 22 temporadas, a versão norte-americana do The Voice aposta na troca de técnicos para trazer um frescor ao formato. A edição mais recente, por exemplo, marcou a estreia de Camila Cabello nas cadeiras giratórias. A cantora pop, que ganhou destaque ao participar de outro reality musical, busca inspiração na arte à sua volta para crescer musicalmente e ser uma coach melhor. Até o funk brasileiro entrou no caldeirão de influências!

“Toda a arte me inspira. Outro dia estava em Nova York e assisti a um musical na Broadway, as canções do espetáculo me inspiraram. Gosto muito da música latina, claro, que está no meu sangue. Fico escutando as notas, ouvindo como utilizam a percussão”, conta a artista nascida em Cuba. “E sempre gostei muito do funk brasileiro. Então, quando fui ao Brasil [para o Rock in Rio, em setembro], fiquei das 23h às 8h da manhã dançando funk.”

O som das comunidades cariocas não só entrou no show que Camila Cabello fez na Cidade do Rock como também a envolveu musicalmente. Afinal, a cantora ainda estava em Nova York divulgando a atual temporada do The Voice quando precisou pegar o avião para o Rio de Janeiro. Depois de tocar para dezenas de milhares de fãs brasileiros, abriu três apresentações do Coldplay no Peru, duas na Colômbia e quatro no Chile e voltou correndo para os Estados Unidos para retomar seus trabalhos no reality –é tanta correria que ela até confundiu um participante do programa com o ex, Shawn Mendes!

“Estava muito ocupada, mas me diverti muito. Aprendi a usar meu tempo de maneira consciente, a fazer coisas que eu gosto. Quero gravar minha música e fazer minhas turnês, mas também poder tirar férias para me divertir com meus amigos. Encontrar o equilíbrio ajuda todas as áreas de sua vida, inclusive a profissional”, ensina a artista. “Eu gosto de criar, fazer música, tocar projetos diferentes, isso me renova.”

A estreia como técnica também marcou uma espécie de “volta para casa” para Camila, já que ela chamou a atenção profissionalmente ao fazer parte do Fifth Harmony, girl band criada no reality The X Factor (2011-2013). Dez anos depois de passar por todo o processo da competição musical, ela retorna ao formato “do outro lado do balcão” –ou, no caso do The Voice, da cadeira giratória. E, como já participou de um reality, a artista entende bem o que todos os competidores estão sentindo.

Camila mantém o que viveu em 2012 em mente na sua atuação como técnica, principalmente na hora de eliminar alguém de seu time –ou quando não virava a cadeira em alguma audição às cegas. “Antes mesmo de aceitar o convite, já sabia que teria medo dessa tremenda responsabilidade, porque é um programa que pode mudar a vida das pessoas. Eu precisava estar atenta e dedicada o tempo todo, fazer as melhores decisões e mostrar para os artistas que ser eliminado não significa o fim de suas carreiras”, diz.

O Fifth Harmony, vale lembrar, ficou em terceiro lugar em sua edição do The X Factor, mas definitivamente teve mais sucesso do que Tate Stevens, vencedor da temporada. “É preciso ter em mente que os técnicos são humanos, com emoções impulsivas e passíveis de erro. Ninguém tem todas as respostas, talvez eu elimine alguém do meu time e, um ano depois, essa pessoa seja tão famosa quanto a Madonna”, exagera. “Então, peço que todos tenham em mente que o reality é um caminho, mas não é o único. Se alguém não passou para a rodada seguinte, não significa que não é talentoso ou que não merece ter uma carreira, apenas não era o que eu estava buscando naquele momento.”

Ela alega, inclusive, que não teria virado sua cadeira para aquela Camila Cabello de 15 anos que fez teste para o X Factor em 2012. “Eu honestamente acredito que não estava pronta para uma carreira solo. Precisava de prática, de escrever mais, de melhorar minha arte. Acho que todo o meu tempo no Fifth Harmony me ensinou muito, acho que eu tinha de dividir o palco com as outras meninas para não ter toda a pressão em mim.”

Exibida no Brasil pelo canal E!, a 22ª temporada do The Voice chega ao fim na semana que vem: na terça (20), às 21h, os cinco finalistas se apresentam; na quarta (21), também às 21h, ocorre o anúncio do vencedor. Além de Camila, os técnicos da edição incluem Blake Shelton, Gwen Stefani e John Legend.

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Luciano Guaraldo

Editor-chefe da Tangerina. Antes, foi editor do Notícias da TV, onde atuou durante cinco anos. Também passou por Diário de São Paulo e Rede BOM DIA de jornais.

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