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Pela primeira vez como mentor, Marcelo D2 pode passar 30 anos de experiência para a nova geração da música
Nesta sexta-feira (17), Marcelo D2 e Nave Beatz lançam a música No Miolo (Me Encontra Lá), feita em colaboração com Diego Cairo, Mamma Gold e Virgo Virgo, três artistas da nova geração escolhidos pelo projeto Our Beat, da Converse. A faixa engloba sons típicos do Carnaval e foi criada simultaneamente a outra iniciativa da empresa do qual D2 fez parte, a All Stars.
De diversas partes do mundo, 18 artistas multidisciplinares foram convidados para uma imersão na atmosfera do Carnaval e, em um programa de criação musical, puderam desenvolver faixas, unir talentos e bagagens culturais, tudo sob a mentoria de Marcelo D2.
Conhecido pela maestria em misturar ritmos musicais em seus mais de 30 anos de carreira, o rapper não tentou fazer com que a mentoria fosse unilateral. Para ele, o projeto foi uma verdadeira troca, em que ele pôde contribuir com sua visão artística ao mesmo tempo em que absorvia experiências.
“Eu me deparei com três artistas que têm muita gana e muito talento. É surpreendente, porque é difícil fazer música em um só dia no estúdio. Do outro lado, receber esse conhecimento e essa vivência foi muito bom”, entrega o artista em entrevista exclusiva à Tangerina. “Esses artistas já têm alguma vivência. O pouco que eles têm de vivência foi muito bom, principalmente por poder ver a visão deles da música do momento, como eles estão enxergando o que eles querem para a carreira deles.”
D2 acredita que o processo do novo projeto foi muito mais importante do que o resultado final. “Eu costumo dizer que a procura é mais importante do que a batida perfeita, então não existe essa coisa de que o que você fala é certo, ou que você tem o poder. Cada dia eu levanto e quero uma coisa nova para mim. Olhar para ele e ver essa gana foi muito importante, me renova muito”, acrescenta.
O artista aproveitou ao máximo a experiência como mentor, pois foi sua primeira grande oportunidade de dividir conhecimento dessa maneira. Para D2, foi um momento de descoberta e realização. “Eu estou acostumado a trabalhar com músicos de todas as gerações, mas nesse lugar onde a Converse me colocou, de ser um diretor e um mentor, achei muito interessante. Tenho 30 anos de carreira e talvez eu nunca tenha dividido isso nesse ponto de vista, de sentar lá, ajudá-los a extrair o melhor deles”, confessa.
Sempre abordando temas fortes e sociais em suas músicas, Marcelo D2 também teve a liberdade de criar da maneira que bem entendesse no projeto. “A Converse me conhece e sabe que eu teria um bom senso ali. O que eles querem de mim e de todos os All Stars é essa contribuição. Uma empresa que limita a criatividade está perdendo a oportunidade de crescimento. Esse projeto é sobre alimentar e não polir”, celebra. “Foi sobre alimentar esses artistas como mentor e alimentar minha própria criatividade. Eu nunca trabalharia com uma empresa em que não tivesse o mínimo de liberdade.”
Além de No Miolo (Me Encontra Lá), o projeto rendeu outras quatro faixas: Saudade, uma obra dançante que mistura samba, reggae, pop e funk com letras em inglês, português e coreano; One More Night in Brazil, ode à liberdade de expressão por meio da festa; Brasil com S, um mix de rap e funk, inspirado na vida noturna de São Paulo; e Melanina, com letras em inglês, português e francês e que explora as perspectivas multicuturais em torno da ancestralidade, da essência e da beleza da cor.
Giulianna Muneratto
Jornalista pela Faculdade Cásper Líbero. Adora um filme clichê, música pop e sonhava em ser cantora de cruzeiro, mas não tem talento pra isso.
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