MÚSICA

Martinho da Vila

Reprodução/Instagram

85 ANOS

Martinho da Vila: Como o eterno bamba revolucionou a música brasileira

Mestre do samba, Martinho da Vila completa 85 anos de muito sucesso neste domingo (12); a Tangerina relembra sua trajetória

Giulianna Muneratto

É impossível pensar em samba e não se lembrar de Martinho da Vila, um dos nomes mais reconhecidos da música brasileira. Cheio de alegria, o sambista que completa 85 anos neste domingo (12) continua sendo uma das maiores potências do mundo e um verdadeiro revolucionário da indústria musical.

Nascido no interior do Rio de Janeiro, Martinho da Vila é praticamente filho do Carnaval, já que veio ao mundo tão próximo da comemoração do feriado mais animado do Brasil. Filho de lavradores, ele começou a carreira como auxiliar de químico industrial e ainda serviu ao Exército, mas foi só por volta de 1970, no auge de seus 30 e poucos anos, que ele resolveu seguir como músico profissional. 

O nome artístico é uma homenagem à sua escola de samba do coração, a Unidos de Vila Isabel. Sua dedicação à escola vem desde 1965 e, inclusive, Martinho assinou vários sambas-enredos desde essa época.

Sua carreira musical para o grande público começou quando o cantor participou do Festival de Música Popular Brasileira, popularmente conhecido como Festival da Record. Na edição de 1968, ele lançou uma faixa que viria a se tornar um de seus maiores clássicos, Casa de Bamba, e, desde então, não parou mais de conquistar multidões pelo Brasil. 

Sua discografia, com mais de 30 álbuns, evidencia que ele é um compositor eclético, que mistura elementos da cultura brasileira com a africana e transita por caminhos ousados, que o tornaram a lenda que é hoje.

Além de ser um sambista mundialmente reconhecido, Martinho da Vila é comendador da República, foi condecorado com a medalha Tiradentes e a medalha Pedro Ernesto, tem título de doutor honorário pela UFRJ, é embaixador cultural de Angola, embaixador da boa vontade da CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa), membro da Divine Académie Françoise des Arts, Letres e Culture com medalha de honra e até já levou o Prêmio Lusofonia, em Portugal, por seu notável trabalho musical.

Fora isso, o artista já foi indicado 12 vezes ao Grammy Latino, e levou três gramofones para casa. Uma de suas grandes façanhas também foi ultrapassar a marca de milhões de álbuns vendidos, algo não tão comum para sambistas na época em que fez mais sucesso. 

Como se não bastasse sua presença cultural importante, o artista também é um grande militante da representatividade negra, tema que já foi pauta de livros escritos por ele. Sua força e sua luta sempre foram transmitidas de maneira direta, mesmo sendo tão conhecido por espalhar sorrisos por aí.

Martinho da Vila, inclusive, ganhou o público na simpatia e na celebração genuína da felicidade. Só o seu talento já seria o suficiente, mas ele ultrapassa as barreiras e faz questão de espalhar alegria por aí com sua música. 

Além de ser pai de oito filhos, Martinho da Vila tem centenas de “herdeiros” no samba, já que é o grande bamba do gênero e da música popular brasileira. Um otimista de nascença, cujo legado não vive só em seu trabalho, mas também na graça que transmite e no amor pelo que faz.

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QUEM FEZ

Giulianna Muneratto

Jornalista pela Faculdade Cásper Líbero. Adora um filme clichê, música pop e sonhava em ser cantora de cruzeiro, mas não tem talento pra isso.

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