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Nina Simone completaria 90 anos nesta terça-feira (21) se estivesse viva; artista deixou sua marca no mundo por seu talento incomparável e por dar voz aos direitos da população negra
Há exatos 90 anos, nascia Eunice Kathleen Waymon, mais conhecida por seu nome artístico, Nina Simone (1933-2003). A voz da pianista, cantora e compositora ecoou pelos quatro cantos do planeta como uma das mais poderosas do jazz. Além de espalhar boa música por aí, a mulher imprimiu em sua trajetória sua força e ainda usou sua plataforma para lutar pelos direitos dos negros e combater o racismo o máximo que pudesse.
Prodígio, ela se tornou conhecida como a “sacerdotisa do jazz” –mesmo tendo transitado por tantos outros estilos musicais durante a carreira, como o blues, folk, soul, R&B, gospel, música clássica e até o pop. Durante sua vida, gravou mais de 40 álbuns, considerados históricos e forte inspiração para outras artistas que também se consagraram como grandes nomes da indústria musical, como Beyoncé, Alicia Keys e Lauryn Hill.
Nina com certeza não veio ao mundo apenas de passagem –ela veio para fazer história. Suas músicas abordavam temas necessários e falavam desde o amor e a liberdade até os direitos humanos, com letras que são relevantes até os dias de hoje.
Seu repertório era repleto de canções que remetiam à sua origem afro-americana. A desigualdade social também era constantemente abordada em seus discursos e músicas, e ela ganhou grande destaque por se tornar uma ativista contra a onda crescente de racismo que assolava os Estados Unidos na década de 1960.
Nina Simone defendia a ideia de que os norte-americanos negros poderiam, por meio do combate armado, formar um estado separado. Sua resposta ao racismo era atacá-lo de forma tão violenta quanto ele era praticado.
A artista fazia manifestações em frente à Casa Branca, levava multidões para lutar contra o genocídio negro e usava sua plataforma e visibilidade para pedir leis que aniquilassem a intolerância étnica. Poderosa, Nina até cantou no enterro de Martin Luther King Jr (1929-1968).
Por sua visível militância, porém, Nina Simone foi boicotada pela grande maioria das premiações, e só foi ganhar seu primeiro Grammy em 2017, com o prêmio Lifetime Achievement.
Em 2003, o mundo perdeu a grande artista em decorrência de um câncer de mama. Seu legado, porém, está no caminho que abriu para que a população negra pudesse ascender, ganhar seu espaço e, assim como ela, construir uma história de sucesso.
Giulianna Muneratto
Jornalista pela Faculdade Cásper Líbero. Adora um filme clichê, música pop e sonhava em ser cantora de cruzeiro, mas não tem talento pra isso.
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