Reprodução/BBC
Ideia foi sugerida durante o festival beneficente Live Aid, em 1985, mas só as rádios brasileiras compraram
Nesta quarta-feira, 13 de julho, veículos de imprensa brasileiros estarão repletos de conteúdos especiais sobre o Dia Mundial do Rock. Afinal, a data é comemorada por roqueiros das mais diversas idades desde 1985. No entanto, uma busca sobre a celebração nos principais sites do resto do mundo vai ser frustrante.
Apesar de “mundial”, o Dia do Rock só é levado a sério no Brasil —assim como o Dia dos Namorados em 12 de junho ou o Dia das Crianças em 12 de outubro. Mas de onde veio a ideia?
Em 1985, foi realizado o Live Aid, um megaevento global que tinha como objetivo arrecadar fundos para combater a fome na Etiópia. O festival contou com apresentações principalmente em Londres, no estádio de Wembley, e na Filadélfia, no John F. Kennedy Stadium.
Talvez o leitor se lembre do Live Aid por conta da cinebiografia Bohemian Rhapsody, do Queen, que termina com uma representação impressionante do histórico show que Freddie Mercury (1946-1991) e companhia fizeram no evento.
Pois bem, entre as atrações do evento estavam os maiores nomes da música mundial, e estamos falando da década de 1980, quando o rock gozava de plena popularidade nas rádios e paradas de sucesso. Além do Queen, U2, David Bowie (1947-2016), The Who, Elton John, Paul McCartney, Mick Jagger, Madonna, Led Zeppelin e Bob Dylan foram algumas das muitas atrações do Live Aid.
Phil Collins também estava na escalação, e cantou tanto em Londres quanto na Filadélfia. Pois bem, em certo momento e comovido pelo evento coletivo, Collins sugeriu no palco que aquele dia, 13 de julho, passasse a ser o Dia Mundial do Rock. O público presente vibrou com a ideia, mas ela só foi levada à prática mesmo, no ano seguinte, por rádios de São Paulo dedicadas ao gênero.
A ideia acabou se consolidando no Brasil, tanto que até hoje, 37 anos depois, seguimos vendo eventos pensados para celebrar o Dia Mundial do Rock. É mundial, mas é só aqui mesmo.
Luccas Oliveira
Luccas Oliveira é editor de música na Tangerina e assina a coluna Na Grade, um guia sobre os principais shows e festivais que acontecem pelo país. Ex-jornal O Globo, fuçador do rock ao sertanejo e pai de gatos, trocou o Rio por São Paulo para curtir o fervo da noite paulistana.
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