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Cantora foi convidada para tocar no show do intervalo há quase quatro anos, mas recusou em apoio ao jogador Colin Kaepernick
Anunciada neste domingo como a atração do show do intervalo do Super Bowl do ano que vem, Rihanna poderia ter feito sua estreia na final da NFL (liga de futebol americano) em 2019. Na ocasião, ela rejeitou o convite em apoio a Colin Kaepernick, quarterback que foi proibido de jogar após se ajoelhar durante uma execução do hino norte-americano.
Em uma conversa com a revista Vogue naquele ano, Rihanna confirmou que ela tinha sido convidada para se apresentar no Super Bowl, mas recusou. “Eu não ousaria fazer aquilo [um show naquele momento]. Para quê? Quem ia ganhar alguma coisa com isso? Não o meu povo. Eu não poderia me vender, eu não poderia ser uma facilitadora”, discursou.
“Existem coisas dentro daquela organização [a NFL] com as quais eu não concordo nem um pouco. E eu não poderia aceitar o convite, ir lá e beneficiá-la de alguma maneira”, continuou a cantora nascida no Barbados.
Sem Rihanna, a organização do show do intervalo ofereceu o palco para a cantora P!nk. Engajada na defesa de várias minorias, a artista pop também recusou o convite. “Eu provavelmente teria me ajoelhado [durante a apresentação] e teria de ser arrastada para fora”, desabafou ela em uma conversa com a Billboard.
Depois das duas rejeições, a banda Maroon 5 foi anunciada como a atração do intervalo do Super Bowl de 2019. Mas as recusas não pararam por aí. A rapper Cardi B foi chamada para fazer uma participação na performance, mas preferiu não aceitar. “Eu tive que sacrificar muito dinheiro [do cachê]. Mas há um homem que sacrificou seu emprego por nós, então nós precisamos apoiá-lo”, disse ela à Associated Press.
A polêmica com Colin Kaepernick havia começado em agosto de 2016, mais de dois anos antes da performance no Super Bowl que as três cantoras recusaram. Então titular do time San Francisco 49ers, o quarterback decidiu ficar sentado durante a execução do hino nacional.
O gesto considerado desrespeitoso o levou ao centro de uma polêmica. Ao ser questionado sobre o motivo de sua atitude, ele foi direto. “Não ficarei em pé para mostrar orgulho à bandeira de um país que oprime pessoas negras, minorias. Há corpos nas ruas e pessoas sendo pagas para se livrarem de assassinatos”, disse o atleta, fazendo referência à onda de violência de policiais brancos contra jovens negros desarmados.
Em setembro do mesmo ano, Kaepernick resolveu ficar de joelhos durante o hino, o que aumentou o seu protesto –e também a reação negativa. Alguns atletas demonstraram compaixão, mas não tiveram a coragem de repetir o ato; outros repudiaram a postura do colega. Ele perdeu sua titularidade no meio da temporada e decidiu não renovar seu contrato em março de 2017. Desde então, não jogou mais na NFL.
Apesar de os protestos de Colin Kaepernick ainda afetarem sua carreira esportivo, Rihanna mudou de ideia e aceitou o convite para tocar no Super Bowl do ano que vem. A final do torneio está marcada para 12 de fevereiro de 2023, em Glendale, no Arizona. Como a exposição é grande, fãs já começaram a torcer para que a cantora aproveite o palco para lançar outras músicas –e até mesmo um disco completo. Tempo para se dedicar às composições ela teve, afinal.
Luciano Guaraldo
Editor-chefe da Tangerina. Antes, foi editor do Notícias da TV, onde atuou durante cinco anos. Também passou por Diário de São Paulo e Rede BOM DIA de jornais.
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