MÚSICA

CPM 22 toca no Rock in Rio

Reprodução/Multishow

PALCO MUNDO

Rock in Rio: CPM 22 improvisa verso ‘este país desigual e racista’

Entre hits e rodinhas, banda abriu sessão nostálgica do festival e recebeu elogios do titã Sérgio Britto: ‘Melhor da geração deles’

Luccas Oliveira
Luccas Oliveira

Em ritmo frenético, o CPM 22 abriu o palco Mundo do Rock in Rio nesta quinta-feira (8) com O Mundo Dá Voltas. Não Sei Viver sem Ter Você e Desconfio mantiveram o clima nostálgico que perpassaria o show de uma hora.

Em sua terceira participação no Rock in Rio desde 2015, o CPM 22 parece estar acostumado com a responsabilidade. “Isso aqui é o ápice de um artista, galera”, falou o frontman Badauí.

Ao contrário do Jota Quest, a banda paulistana de hardcore fez questão de apresentar novidades. Escravos, single lançado em 2020, entrou no repertório mesmo sendo pouco conhecido pelo público.

A recém-lançada Tudo Vale a Pena? contou com participação de Sérgio Britto, dos Titãs. “Esta é a melhor banda da geração deles, disparado”, elogiou o veterano. Britto seguiu para Será que É Isso o que Eu Necessito?, canção do Titãs lançada no álbum Titanomaquia (1993).

Badauí com Sérgio Britto no Rock in Rio

Badauí com Sérgio Britto no Rock in Rio

Reprodução/Multishow

O CPM 22 também celebrou Cássia Eller (1962-2001) e Renato Russo (1960-1996) com a clássica Por Enquanto, minutos depois de Gloria Groove ter cantado Malandragem.

“Tudo que esse país precisa é de positividade. Não adianta a gente se amar aqui, em sete dias de festival, e depois sair e levar ódio para a internet de graça”, declarou Badauí. “O país que valoriza sua cultura não precisa de arma, porque arma mata as pessoas. Saúde!”

Foi a deixa para um dos grandes coros do festival. Não contra Bolsonaro, mas dos versos de Um Minuto para o Fim do Mundo. Justificando o elogio prévio de Sérgio Britto, o CPM 22 deixou o público já presente na Cidade do Rock cantar a capella seu maior hit, eternizado por rádios de rock e pela MTV.

“27 anos de banda, mano. 27 anos tocando punk rock no Brasil. Vocês estão felizes, pelo menos hoje? Tudo vai passar, pode ter certeza”, filosofou Badauí, entre Apostas e Certezas, Inevitável e Tarde de Outubro.

Os discursos eram rápidos e entrelaçavam clássicos do rock que combinavam com o público presente —afinal, a próxima atração do palco Mundo é The Offspring. Enquanto isso, rodinhas de pogo se acumulavam pela Cidade do Rock, em clima tranquilo.

Em Atordoado, que sucedeu outro clássico, Ontem, Badauí ainda emendou um verso improvisado chamando o Brasil de “este país desigual e racista”. Na sequência, a banda citou Rock and Roll All Nite, do Kiss.

Com Regina Let’s Go, sem segredos ou invenções mas competente, o CPM 22 entregou mais uma participação bem-sucedida no Rock in Rio. Certamente, não será a última. O festival segue com Guns N’ Roses, Måneskin, The Offspring e mais.

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QUEM FEZ
Luccas Oliveira

Luccas Oliveira

Luccas Oliveira é editor de música na Tangerina e assina a coluna Na Grade, um guia sobre os principais shows e festivais que acontecem pelo país. Ex-jornal O Globo, fuçador do rock ao sertanejo e pai de gatos, trocou o Rio por São Paulo para curtir o fervo da noite paulistana.

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