Hanson: Zac confessa o que mantém a banda unida após 30 anos

Em outubro, a banda Hanson desembarca no Brasil para sete shows, passando por São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e Distrito Federal. Formada pelos irmãos Isaac, Taylor e o caçula Zac, Hanson conquista fãs alucinados desde 1992.

O mais recente lançamento, Red Green Blue (2022), é o álbum que marca as três décadas de sucessos dos irmãos norte-americanos que tiveram uma ascensão meteórica no pop rock com músicas como MMMBop e Save Me. 

Em conversa exclusiva com a Tangerina, Zac Hanson confessa que, para continuarem na ativa, eles tentam se reinventar a cada canção e álbum lançado. “Sempre nos questionamos: como contamos histórias interessantes que convidam as pessoas a se aprofundarem na nossa banda? Somos uma banda há muito tempo —o que faz o Hanson ser o Hanson? Qual é a qualidade única da nossa banda que nos permitiu estar tão empolgados fazendo isso durante 30 anos?”, explica. 

Zac conta que, como a banda é composta por três multi-instrumentistas e cantores de personalidades únicas e diferentes, eles poderiam seguir carreira solo, mas preferem continuar unidos.

“Escolhemos estar juntos”, revela. “Eu acho que, quando as pessoas ouvem [o Red Green Blue], isso os torna grandes fãs de tudo o que fizemos juntos. Eles dizem: ‘Uau, agora estou escutando todos os discos com novos ouvidos, porque posso realmente ouvir um pouco mais de Taylor, Isaac ou Zac nessas músicas e por que eles são o que são’.”

Essência e história

Isaac, Taylor e Zac tinham 16, 13 e 11 anos, respectivamente, quando decidiram formar o Hanson. Agora, sentem que a trajetória foi importante para uma evolução –não somente no âmbito musical, mas também no pessoal.

“Espero que estejamos sendo uma banda melhor do que já fomos. Eu sei que estar no palco nesses últimos dois meses de turnê com o álbum Red Green Blue nos dá uma sensação de ‘cara, somos o melhor que poderíamos ser’”, confessa.

“A maneira como tocamos juntos tem esse senso de história e torna tudo mais agradável. E, às vezes, quando você está no início e está realmente tentando, isso pode ser assustador. Mas quando você toca com história, você consegue sorrir um pouco mais.”

E história é o que os irmãos Hanson têm de sobra. O álbum mais recente remete a acontecimentos desde a infância, antes mesmo de se tornarem uma banda, até histórias das atuais famílias dos irmãos.

Cada cor representa um dos membros da banda e uma fração do álbum, que foi composta individualmente por eles. Vermelho é o tecladista e vocalista principal, Taylor; Verde representa o guitarrista e mais velho dos irmãos, Isaac; enquanto azul é a cor do baterista Zac.

“Acho que nossas personalidades estão conectadas ou moldadas por cada uma das cores do álbum. Há uma paixão no que Taylor faz, uma busca por significado e propósito na maneira como ele escreve músicas e outras coisas que faz com sua vida”, explica.  “Isaac é profundamente real, fundamentado e orgânico, e acho que há uma certa positividade em quem ele é, que está presente na cor verde.”

“Já o azul, penso nele mais como um azul selvagem ou a expansão do oceano. Minha coisa favorita é receber um desafio e dizer –como eu entro nessas novas fendas e aprendo algo novo, como a forma em que a água preenche um vazio? E assim, para mim, eu gosto da aventura, gosto do jogo, gosto da alegria da descoberta e espero que isso transpareça na música que é feita.”

Inspirações na família e filhos

Juntos, os Hanson somam 15 filhos. Taylor tem sete com Natalie; Isaac tem três filhos com Nicole; e Zac tem cinco com Kathryn. O álbum também traz referências às crianças e às vivências atuais.

“Os três singles do álbum são uma representação interessante de como tudo nesse álbum é muito Hanson, mas também de maneiras únicas que as pessoas nunca ouviram antes”, diz.

“Write You a Song, por exemplo, é muito fundamentada na realidade. Isaac escreveu para sua filha, que simplesmente queria que ele escrevesse uma música para ela. A música tem essa capacidade de se tornar um álbum de fotos, ou um lugar de memórias e conexões. Essa música é sobre isso. E eu sei que muitas pessoas assistem ao videoclipe e choram, lembram de seus pais ou momentos que têm com os filhos.” 

Shows no Brasil

A turnê do Hanson em solo brasileiro começa em 11 de outubro em Porto Alegre, e passa por Curitiba, Ribeirão Preto, São Paulo, Uberlândia, Brasília e Rio de Janeiro. Zac confessa que não vê a hora de voltar ao país.

“Já faz muito tempo [desde a última vez que fomos ao Brasil]! Mas você sabe, parte disso é culpa apenas dos dois últimos anos em que não tínhamos permissão para fazer turnês, o que faz com que seja particularmente bom estar na estrada novamente”, afirma. “Estamos tentando recuperar o tempo perdido no Brasil. Nós temos uma história rica com o país, fomos abençoados com fãs incríveis e que sempre responderam tão bem à música que fazemos.”

Os fãs não devem esperar uma turnê exclusiva do último álbum. Hanson vai continuar agitando os shows com hits históricos também. Para Zac, seguir cantando as músicas antigas é manter a essência da banda.

“Desde MMMBop até Don’t Let Me Down, algo que talvez seja esmagador em todas as eras de Hanson é repetir que você está destinado a uma história, você está destinado a estar aqui. O que você for fazer, a maneira com que vai influenciar as pessoas, a história que vai contar no mundo é importante, e esperamos que todos sintam isso”, finaliza.