NO PALCO

Dona Léa Garcia morreu em agosto deste ano

Reprodução/Instagram

HOMENAGEM

Morta há um mês, Léa Garcia é eternizada como teatro em São Paulo

Atriz de 90 anos teve papel essencial para a inclusão dos negros na arte brasileira; inauguração acontece no próximo dia 28 no Tatuapé

Luciano Guaraldo

Morta em 15 de agosto, às vésperas de uma grande homenagem no Festival de Cinema de Gramado, dona Léa Garcia (1933-2023) vai ser eternizada como teatro em São Paulo. A Sala Léa Garcia será inaugurada no próximo dia 28, a partir das 20h30, no Shopping Metrô Tatuapé, zona leste da capital paulista. A família da atriz estará presente e até fará uma apresentação musical no evento.

A Sala Léa Garcia será a primeira a homenagear uma atriz negra em atividade nas artes cênicas durante mais de 70 anos. A proposta é eternizar a história de dona Léa para as novas gerações. A atriz foi uma das precursoras da inclusão do negro nos palcos brasileiros, nos quais atuou já na década de 1950 como parte do coletivo Teatro Experimental do Negro. 

Com talento único, Léa Garcia ficou em segundo lugar na disputa pela Palma de Ouro em Cannes, pelo seu trabalho em Orfeu Negro (1959). Ela também fez história no teatro, no cinema e na televisão. Parte desta carreira será contada em um memorial localizado no saguão do Novo Teatro Metrô Tatuapé, que será customizado com imagens icônicas da atriz.

O convite para que a sala fosse batizada com o nome de Léa Garcia partiu de Gabriel Veiga Catellani e Wendel Pinheiro, idealizadores da Construção Teatral. “Desde o início, há 20 anos, nosso objetivo como gestores culturais é manter viva a chama teatral e artística do país, atraindo novas gerações e construindo identidades através de nossa história”, valoriza Catellani. 

Foi assim com a chegada do Teatro do Ator, em 1999, e mais tarde com os palcos do Shopping Raposo e do West Plaza, cujas salas prestam homenagem a atores intimamente ligados ao palco. A atriz Irene Ravache aceitou o convite para ser madrinha do Teatro Shopping Raposo, enquanto o Teatro West Plaza empresa os nomes de Nicette Bruno (1933-2020), que fez um lindo discurso de abertura, e da atriz Laura Cardoso.

A ideia de homenagear aconteceu ainda em vida, para estender a honraria dada a Laura Cardoso –que estava com a veterana em Gramado. “Quando vimos o nome de Léa ao lado do da Laura, pensamos se ela aceitaria o convite para ser mais uma de nossas madrinhas. Infelizmente, não deu tempo de fazer o convite a ela”, fala Wendel Pinheiro.

Léa Garcia também foi honrada com uma indicação póstuma ao Prêmio Bibi Ferreira, o principal troféu do teatro brasileiro. Ela concorre como melhor atriz em peça de teatro por seu trabalho em A Vida Não É Justa.

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QUEM FEZ

Luciano Guaraldo

Editor-chefe da Tangerina. Antes, foi editor do Notícias da TV, onde atuou durante cinco anos. Também passou por Diário de São Paulo e Rede BOM DIA de jornais.

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