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Saulo Vasconcelos já atuou nas principais montagens de espetáculos da Broadway no Brasil; agora, encara um texto inédito em musical imersivo
Saulo Vasconcelos é um dos principais nomes da renovação do teatro musical brasileiro iniciada em 2001, com Les Misérables. Ele fez A Bela e a Fera (2002), O Fantasma da Ópera (2005), Cats (2010) e tantos outros espetáculos que marcaram época. Agora, encara um desafio inédito em Iron – O Homem da Máscara de Ferro, produção original nacional que conta uma clássica história francesa. Seu personagem, Restiff, é um curador de arte que serve como mestre de cerimônias, narrador e ponte entre o público e os personagens.
“Eu esperava um ineditismo na minha função, sabe? O Ulysses [Cruz, diretor do musical] pegou bastante no meu pé, na minha construção, na minha movimentação, disse que não queria ver Fantasma, Les Mis nem Fera ali. Claro que eu jamais repetiria o papel, mas eu estava vindo com uma força vocal, com uns movimentos muito bruscos, tive que relaxar para parecer mais realista”, conta o veterano em entrevista exclusiva à Tangerina.
Escolado em versões de montagens estrangeiras, que já vêm com o livro pronto e muitas regras a serem seguidas –na atuação, no canto e até na marcação das cenas–, Vasconcelos foi pego de surpresa com o convite para Iron. “Fui convidado em maio, começamos o processo de ensaios em junho. Mas eu estou acostumado a fazer franquias internacionais, então foi bem diferente. O Thiago [de los Reyes, diretor-executivo do espetáculo] não tinha muita informação sobre o papel para me passar (risos)”, admite.
O que poderia ser motivo de medo para alguns atores virou um incentivo extra para Vasconcelos aceitar o papel de Restiff. “Quando o Thiago disse que não sabia muito o que dizer, aquilo tudo me deixou deliciosamente inseguro”, valoriza ele, que afirma sentir até hoje a tensão que tinha no início da carreira. “O friozinho na barriga não vai desaparecer nunca, mas agora só é mais controlável. Você engole em seco e vai!”
“É uma relação proporcional. Se eu vou ficando mais experiente, inversamente existe uma expectativa que cresce também. Dá um desconforto bom em mim para que eu entre em cena antenado, prepare tudo com muito capricho. E é um elenco primoroso, que tem Tiago Barbosa, Letícia Soares, muita gente bacana. Eu me cobro ainda mais para estar à altura dos meus colegas”, diz Saulo, modesto.
O ator não perde as palavras nem quando é questionado sobre qual personagem ainda deseja viver na sua já gloriosa carreira. Mas ele admite que não tem uma resposta na ponta da língua. “Esse personagem mesmo, eu não sabia que queria fazer até fazê-lo. Às vezes, tem papéis que estão esperando por nós, e nós nem sabemos ainda. Eu estou sempre lendo, buscando as novidades de Nova York, de Londres, da Europa… E temos muitos autores no Brasil que ainda não tiveram oportunidade também e merecem esses holofotes. Eu queria tentar fazer uma peça toda falada, sem musical”, adianta.
Iron – O Homem da Máscara de Ferro está em cartaz no 033 Rooftop (em cima do Teatro Santander, ao lado do Shopping JK Iguatemi). As sessões ocorrem às sextas, 20h30; e aos sábados e domingos, 16h30 e 20h30. Os ingressos estão à venda pela plataforma Sympla e na bilheteria, e custam entre R$ 20 e R$ 250.
Luciano Guaraldo
Editor-chefe da Tangerina. Antes, foi editor do Notícias da TV, onde atuou durante cinco anos. Também passou por Diário de São Paulo e Rede BOM DIA de jornais.
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