ENTRE PÁGINAS

Carolina de Jesus e Vitor Martins

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469 ANOS DE SÃO PAULO

Aniversário de São Paulo: 5 livros para celebrar os 469 anos da cidade

No aniversário de São Paulo, reunimos uma lista com cinco livros que se passam na cidade e que vão fazer você se apaixonar pela metrópole

Beatriz Duranzi
Beatriz Duranzi

A cidade de São Paulo completa 469 anos nesta quarta-feira (25), com um feriado municipal bem no meio da semana. E quer maneira melhor de aproveitar essa folga do que descansando em casa e curtindo um bom livro? 

Pensando nisso, e para comemorar a data, a Tangerina preparou uma lista com cinco livros imperdíveis que têm a cidade de São Paulo como plano de fundo. Eles vão desde ficção a registros históricos, passando tanto pelos bairros centrais quanto pela periferia. Porque nada representa melhor a cidade do que esse caos absoluto! Confira a lista:  

Um Milhão de Finais Felizes, de Vitor Martins

Para começar bem, que tal um romancezinho LGBTQIA+ ambientado em São Paulo que, além de deixar o coração quentinho, vai fazer você querer viver uma história de amor igual as de comédias românticas dos anos 2000? 

Na história, Jonas é um jovem adulto que se sente um fracasso, preso na própria pele e sem saber o que fazer da vida. Sem ter começado a faculdade nem conseguir contar a verdade para a sua família sobre si mesmo, ele tem no trabalho como atendente em um café gourmet chamado Rocket Cafe aquela que parece sua única conquista. 

É em meio a essa infelicidade que Jonas conhece Arthur, um rapaz lindo, de barba ruiva e que vai fazer a sua vida tomar um novo rumo e, quem sabe, um final muito feliz. Ainda que se venda como uma história água com açúcar sobre dois meninos se apaixonando, Um Milhão de Finais Felizes, de Vitor Martins, é um livro sobre fazer escolhas difíceis e sobre ser empurrado até a beira do penhasco e não ter opção a não ser pular e seguir por dois caminhos: ou cai ou voa. E, queridos, como é lindo o voo de Jonas! 

Conectadas, de Clara Alves

Mais um romance que nasce em um fim de semana em São Paulo e tem como plano de fundo uma das coisas que mais atrai os geeks e os nerds de fora para a cidade: uma convenção de fãs. Na história, Raíssa e Ayla se conheceram jogando Feéricos, um dos games mais populares do momento, e não se desgrudaram desde então —pelo menos virtualmente. Ayla sente que, com Raíssa, finalmente pode ser ela mesma. Raíssa, por sua vez, encontra em Ayla uma conexão que nunca teve com ninguém. Só tem um “pequeno” problema: Raíssa joga com um avatar masculino, então Ayla não sabe que está conversando com outra menina.

Em um fim de semana repleto de cosplays, confidências e corações partidos, será que esse romance online conseguirá sobreviver à vida real? Assim como Um Milhão de Finais Felizes, Conectadas é uma história sobre crescimento e descobertas que –junto da obra de Vitor Martins– se tornou uma leitura bastante popular entre o público LGBTQIA+. 

Quarto de Despejo, de Carolina Maria de Jesus

Saindo do romance e falando sobre superação da vida real, Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada é um livro autobiográfico de Carolina Maria de Jesus, que foi publicado em 1960. No livro, a autora relata sua vivência como moradora da favela, mãe e catadora de papel.

A obra nos apresenta um diário, escrito na década de 1950, de uma moradora da favela do Canindé, em São Paulo. Carolina aborda em seus escritos o dia a dia e todas as dificuldades de uma “mãe solo” que precisa colocar comida na mesa de seus três filhos, José Carlos, João e Vera Eunice.

É uma leitura forte sobre uma mulher guerreira que, naquilo que é considerado para muitos como sobra, conseguiu tirar o sustento de sua família. Carolina lutou a vida toda por seus filhos e, apesar da pouca escolaridade, sempre teve na leitura e na escrita um refúgio. Ela enxergou na literatura uma forma de mostrar ao mundo como vivem os moradores da favela e tudo o que eles enfrentam no seu dia a dia. A obra foi publicada em 13 línguas e é muito usada para estudos sociais e culturais. Vale muito a pena a leitura! 

Brás, Bexiga e Barra Funda, de Antônio de Alcântara Machado

Presente em diversos vestibulares, Brás, Bexiga e Barra Funda, foi publicado pela primeira vez em 1927 e virou uma das mais notáveis obras da primeira fase do Modernismo brasileiro, que eclode em São Paulo, em 1922, com a Semana de Arte Moderna. Os 11 contos que compõem o livro de Antônio de Alcântara Machado nasceram da experiência do autor como jornalista e, portanto, apresentam o sabor da notícia. Como cenário, três bairros paulistanos, em uma nítida ambientação ítalo-brasileira.

Contando as experiências pelo ponto de vista dos imigrantes italianos por bairros muito icônicos da cidade nos anos 1920, essa coletânea é um clássico entre os livros ambientados em São Paulo. O livro foi bem inovador na época pela sua linguagem jornalística que descrevia cenas em bloco, quase como um roteiro de cinema. Ora falando de temas corriqueiros do dia a dia, ora revelando sonhos e decepções dos “italianinhos”, ora demonstrando a decadência das famílias tradicionais.

Esse é o tipo de leitura que vale a pena porque a obra, além de se passar em São Paulo, explora a cidade naquilo que realmente é: as pessoas, os lugares de onde elas vêm e os hábitos que carregam consigo e que fazem a metrópole estar sempre em uma constante mudança. 

Primeiros Passes, de Wilson Gambeta

Esse é para quem é fã do futebol de São Paulo! Primeiros passes: Documentos para História do Futebol em São Paulo é um trabalho de várias mãos que só foi possível graças à pesquisa do professor Wilson Gambeta e às investigações dos pesquisadores do Ludens, núcleo interdisciplinar de pesquisas de uma rede que integra Unifesp, Ufscar, Unesp, PUC-SP, Uerj, Unicamp e, em especial, de Flávio de Campos, seu coordenador. 

Entrando em campo, Gambeta resgata aqui os livros que traçam a primeira história do futebol paulistano, e em particular traz à luz o precioso Guia de Football de Mário Cardim de 1906, pertencente à coleção de obras raras da biblioteca Mário de Andrade. Bom jogo, leitores!

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Beatriz Duranzi

Beatriz Duranzi

Estudante de jornalismo na Anhembi Morumbi, Beatriz é estagiária na Tangerina. Apaixonada pelo mundo do entretenimento, ela é especialista em cuidar da vida alheia nas redes sociais.

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