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Capa dos livros Tudo é Rio e Torto Arado

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Dia Nacional da Leitura

Harry Potter brasileiro e mais: Sete livros nacionais para ler agora

No Dia Nacional do Livro, a Tangerina reuniu uma lista com sete livros nacionais imperdíveis para você ler e se apaixonar pela literatura brasileira

Beatriz Duranzi
Beatriz Duranzi

A literatura brasileira atravessa uma fase difícil. É “normal” ver leitores ávidos que menosprezam um trabalho por estarem presos ao preconceito de que todos os livros escritos por autores nacionais são obras cansativas como as éramos obrigados a ler na escola. Ou pior, por acharem que histórias de autores nacionais independentes são automaticamente mal-escritas.

Já está mais do que na hora de acabar com esse pensamento, não é? Por isso, no Dia Nacional do Livro, a Tangerina traz uma seleção de livros 100% brasileiros para ressaltar a importância de consumir obras nacionais que, acima de tudo, agregam na identidade cultural dentro e fora do país. Confira a nossa lista: 

Torto Arado, de Itamar Vieira Junior

Capa do livro nacional Torto Arado

Capa Torto Arado

Lançado em 2019, o primeiro romance do escritor baiano Itamar Vieira Junior conquistou uma série de prêmios importantes desde que chegou às prateleiras e tem o potencial de se tornar um clássico da literatura brasileira. 

Na história, o leitor viaja aos confins do sertão da Bahia para conhecer uma família descendente de escravos que segue nesta situação. As protagonistas, as irmãs Bibiana e Belonísia, têm jeitos muito diferentes de lidar com a situação em que se encontram. Enquanto Bibiana tem uma postura mais conformada com o destino, Belonísia é revoltada com a condição em que a família vive e deseja com todas as forças lutar pela terra onde trabalham. 

Tudo muda quando as irmãs encontram uma faca antiga que pertenceu ao avô, e Belonísia começa a sentir que seu papel é lutar pela emancipação dos trabalhadores explorados e oprimidos. Em um contexto que discute o preconceito racial e de gênero, o conservadorismo e sobretudo a exploração, Torto Arado é um livro de leitura essencial nos dias de hoje. Além de fazer um retrato do sertão baiano, revela um Brasil dolorosamente preso a um passado escravista. 

Tudo É Rio, de Carla Madeira

Capa do livro nacional Tudo É Rio

Livro Tudo é Rio

Tudo É Rio, de Carla Madeira, é um triângulo amoroso diferente de tudo que você já leu. Na trama, Lucy, a prostituta mais famosa e desejada da cidade, desenvolve uma obsessão perigosa por Venâncio, o primeiro homem que ousou cruzar seu caminho e não a desejar. Do outro lado, o ciúme doentio de Venâncio causa uma tragédia irreparável na vida de Dalva. E é justamente este acontecimento que abre espaço para que Lucy se coloque entre o casal. 

O que pode parecer uma grande fanfic, daquelas que costumávamos ler em 2013, se torna uma poderosa história sobre perda, obsessão, dor, perdão e tudo o que deságua nos rios que correm dentro de nós. Tudo É Rio é uma investigação sobre a água, ou seja, tudo aquilo que não se pode controlar. 

Um Milhão de Finais Felizes

Capa do livro nacional Um Milhão de Finais Felizes

Livro Um Milhão de Finais Felizes

Neste romance LGBTQIA+ sobre amadurecimento, o leitor conhece Jonas, um jovem adulto que se sente um fracasso preso na própria pele, sem saber o que fazer da vida, sem ter começado a faculdade e sem conseguir contar a verdade sobre si mesmo para a sua família. Seu trabalho como atendente em um café gourmet chamado Rocket Cafe parece ser sua única conquista. 

É em meio a essa infelicidade que Jonas conhece Arthur, um rapaz lindo, de barba ruiva e que vai fazer a sua vida tomar um novo rumo e –quem sabe?– um final muito feliz. Ainda que se venda como uma história água com açúcar sobre dois meninos se apaixonando, Um Milhão de Finais Felizes, de Vitor Martins, é um livro sobre fazer escolhas difíceis, sobre ser empurrado até a beira do penhasco e não ter opção a não ser pular e seguir por dois caminhos: ou cai ou voa. E como é lindo o voo de Jonas. 

Se você procura uma história leve e inspiradora sobre primeiros amores, descobertas e batalhas internas, esse é o livro para você. Vitor Martins consegue, através de uma escrita fluida e leve, conectar o leitor com o jovem protagonista. Você se vê na pele daquele rapaz inseguro que, como todo jovem adulto, não faz ideia de o que fazer da vida. Vale muito a pena a leitura! 

Conectadas, de Clara Alves

Capa do livro nacional Conectadas

Livro Conectadas

Para quem quer um romance com garotas gamers, esse livro tem de tudo! Raíssa e Ayla se conheceram jogando Feéricos, um dos games mais populares do momento, e não se desgrudaram desde então —pelo menos virtualmente. Ayla sente que, com Raíssa, finalmente pode ser ela mesma. Raíssa, por sua vez, encontra em Ayla uma conexão que nunca teve com ninguém. Só tem um “pequeno” problema: Raíssa joga com um avatar masculino, então Ayla não sabe que está conversando com outra menina.

Durante um fim de semana repleto de cosplays, confidências e corações partidos, será que esse romance on-line conseguirá sobreviver à vida real? Assim como Um Milhão de Finais Felizes, Conectadas é uma história sobre crescimento e descobertas que –junto da obra de Vitor Martins– se tornou uma leitura bastante popular entre o público LGBTQIA+. 

Só por se tratar de uma história sobre autoconhecimento, ela já vale a leitura. Esta colunista sabe muito bem que existem muitos jovens por aí que se sentem confusos, com medo e que estão cheios de perguntas. E são obras como a de Clara Alves que podem trazer um pouco de conforto e esclarecimento para cada um de nós. 

O Avesso da Pele, de Jeferson Tenório

Capa do livro nacional O Avesso da Pele

Livro O Avesso da Pele

O Avesso da Pele conta a história de Pedro, jovem negro que sai em busca de resgatar o passado de sua família após o assassinato do pai durante uma abordagem policial. Com uma narrativa sensível e por vezes brutal, Jeferson Tenório traz à superfície um país marcado pelo racismo e por um sistema educacional falho, em um denso relato sobre as relações entre pais e filhos.

A obra fala sobre luto, perdas, identidade e também levanta toda a questão racial que se faz necessária. Diferentemente do que possa parecer, não é um livro grande e muito menos cansativo; pelo contrário: O Avesso da Pele consegue prender do começo ao fim com uma narrativa necessária e que fisga o leitor já no primeiro capítulo. 

Com habilidade incomum para conceber e estruturar personagens e para lidar com as complexidades e pequenas tragédias das relações familiares, Jeferson Tenório se consolida como uma das vozes mais potentes e estilisticamente corajosas da literatura brasileira contemporânea. Vem aí mais um clássico da literatura nacional!

A Arma Escarlate, de Renata Ventura

Capa do livro nacional A Arma Escarlate

Livro A Arma Escarlate

Harry Potter chegou ao Rio de Janeiro! Em A Arma Escarlate, o leitor conhece Hugo Escarlate, um menino de apenas 13 anos que, em meio a um tiroteio na favela de Santa Marta, se descobre um bruxo. É nesse contexto, entre traficantes, policiais e outras forças brutais, que se inicia o livro brasileiro inspirado na história do bruxo mais famoso do mundo. 

Apaixonada pela famosa série de livros, Renata Ventura inicia uma aventura para jovens brasileiros sobre magia e outras forças do mal inseridas em um contexto para mostrar as belezas e as crises tão conhecidas nas terras do Brasil. É uma boa pedida para leitores que amam sagas de fantasias. Vale conferir!

Colega de Quarto, de Victor Bonini

Capa do livro nacional Colega de Quarto

Livro Colega de Quarto

Viver no Brasil já é encarar um clima de suspense e tensão constante, mas se você procura uma boa leitura nacional que vai te deixar ainda mais assustado, você está no lugar certo! A história começa quando Eric se muda para São Paulo para concluir a faculdade. No entanto, as coisas começam a ficar bizarras quando o garoto percebe uma movimentação estranha no apartamento, como o surgimento de novos sapatos e objetos de higiene pessoal. 

Na tentativa dele de contatar as autoridades sobre a presença de um colega de quarto indesejado em seu apartamento, um pequeno acidente ocorre, impedindo-o de pedir ajuda. E é a partir daí que o invasor passa a ser não somente um colega de quarto indesejado, mas também o principal suspeito de um crime, ainda que sem identidade.

O suspense psicológico é perfeito para quem procura um bom livro investigativo –e até mesmo um pouco aterrorizante. Com uma escrita fluida e impactante, Victor Bonini prende o leitor do começo ao fim da história, com um livro bem arquitetado e instigante que te faz ansiar pela resolução do grande mistério.

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QUEM FEZ
Beatriz Duranzi

Beatriz Duranzi

Estudante de jornalismo na Anhembi Morumbi, Beatriz é estagiária na Tangerina. Apaixonada pelo mundo do entretenimento, ela é especialista em cuidar da vida alheia nas redes sociais.

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