Divulgação/Paramount
As sanções de grandes estúdios à Rússia por causa da guerra na Ucrânia fizeram a pirataria voltar com tudo aos cinemas do país
A guerra entre Rússia e Ucrânia já dura mais de 100 dias, e as sanções impostas pelos governos internacionais ao país de Vladimir Putin forçaram os russos a darem um “jeitinho brasileiro” para não ficar de fora dos principais movimentos da cultura pop. Sem receber os filmes originais, cinemas estão recorrendo à pirataria para exibir blockbusters de Hollywood.
Segundo reportagem da Variety, há registros de exibições piratas de Batman, Sonic 2, Ambulância – Um Dia de Crime e da animação Red: Crescer É uma Fera. O Homem-Morcego de Robert Pattinson, aliás, foi visto em sessões tanto na capital, Moscou, quanto em cidades mais afastadas.
Até Alerta Vermelho, disponível de graça para assinantes da Netflix, tem sido exibido (ilegalmente) nos cinemas de lá. Afinal, a plataforma de streaming deixou de operar no país por causa da operação militar na Ucrânia –movimento que a ajudou a registrar um decréscimo de clientes pela primeira vez em uma década.
As sessões utilizam nomes similares ao do filme original para chamarem o público, mas com pequenas mudanças para não atraírem a polícia. É uma das táticas usadas pela pirataria para driblar a lei; a outra é preencher os ingressos à mão, em vez de usar impressoras profissionais.
De acordo com a revista, a pirataria cinematográfica na Rússia tinha basicamente deixado de existir nos anos 1990, após o colapso da União Soviética. A MPAA (Motion Picture Association), organização que representa os cinco maiores estúdios de Hollywood, ajudou na criação da Rapo, formada por ex-agentes de segurança e que destruía cópias e DVDs ilegais, desmanchando a operação pirata no país.
Segundo o presidente da Associação Russa de Donos de Cinema, pelo menos 300 cinemas fecharam no país apenas em abril, e 50% dos que ainda operam correm risco de cessar operações nos próximos dois meses por falta de procura pelos filmes que eles podem exibir –as sanções pela guerra vieram pouco depois de outro momento crítico, em que a pandemia afetou os resultados da indústria no mundo todo.
Luciano Guaraldo
Editor-chefe da Tangerina. Antes, foi editor do Notícias da TV, onde atuou durante cinco anos. Também passou por Diário de São Paulo e Rede BOM DIA de jornais.
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