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Tessa Thompson em Thor: Amor e Trovão

Divulgação/Marvel Studios

EM BAIXA

Censura? Thor: Amor e Trovão ainda aguarda data de estreia na China

Quarto filme de Thor pode se juntar a lista de produções com personagens da Marvel que não chegam aos cinemas do país asiático

Luciano Guaraldo

Apesar do sucesso de Thor: Amor e Trovão nas bilheterias do mundo todo, o longa estrelado por Chris Hemsworth e Natalie Portman pode perder um mercado importante para sua arrecadação. A China ainda não marcou uma data de estreia para o filme da Marvel, e é provável que isso nunca seja feito. O motivo? A sexualidade da Valquíria (Tessa Thompson).

Segundo o The Hollywood Reporter, que ouviu fontes em duas redes de cinema importantes no país, a expectativa é que o quarto filme de Thor siga os passos de Lightyear, que também foi proibido em alguns territórios por causa da orientação sexual de Alisha Hawthorne (Uzo Aduba), melhor amiga de Buzz (Chris Evans).

Se a censura a Amor e Trovão for confirmada, a Disney deve sofrer um golpe forte nos seus cofres. Thor: Ragnarok (2017), a aventura solo anterior do deus nórdico, arrecadou US$ 112 milhões (R$ 597 milhões) na China. Foi uma contribuição importante para os US$ 854 milhões (R$ 4,5 bilhões) que o filme conseguiu no mundo todo.

Mais preocupante do que o dinheiro, no entanto, é o fato de que os personagens da Marvel parecem estar despertando a fúria dos censores chineses. Thor será o sétimo filme com heróis da editora a não estrear nos cinemas do país. E, como o governo não justifica suas decisões publicamente, é difícil até saber exatamente o porquê de os longas serem censurados.

Viúva Negra (2021) começou a maré de azar da Marvel na China. Alguns especulam que o governo se irritou com o lançamento simultâneo no Disney+, enquanto outros acreditam que a censura se deu por breves menções ao comunismo. Homem-Aranha: Sem Volta para Casa (2021) teria irritado os censores porque mostrou demais a Estátua da Liberdade, um símbolo norte-americano.

Shang Chi (2021), Eternos (2021) e Venom: Tempo de Carnificina (2021) foram barrados porque, respectivamente, o ator Simu Liu, a diretora Chloé Zhao e o astro Tom Hardy tinham feito comentários contrários à China no passado.

E Doutor Estranho no Multiverso da Loucura (2022) também não chegou aos cinemas chineses por conta da personagem America Chavez (Xochitl Gomez), que tem duas mães. A breve aparição de um jornal favorável a Taiwan em uma banca de jornal também não teria ajudado o longa com Benedict Cumberbatch a cair nas graças dos censores.

Como a China é um dos principais mercados do mundo, alguns estúdios costumam fazer cortes em suas histórias para que suas produções sejam liberadas para o país. A Fox, por exemplo, limou todas as cenas de Bohemian Rhapsody (2018) que faziam referência à sexualidade de Freddie Mercury (Rami Malek). A Warner também tirou uma fala sobre a sexualidade dos personagens de Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore (2022).

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Luciano Guaraldo

Editor-chefe da Tangerina. Antes, foi editor do Notícias da TV, onde atuou durante cinco anos. Também passou por Diário de São Paulo e Rede BOM DIA de jornais.

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