Divulgação/Universal Pictures
O filme de 2010 não precisava de uma versão fora da animação tão cedo; entenda a análise
Como Treinar Seu Dragão completa 15 anos nesta quarta-feira (26). Em 2025, a animação de 2010 já vai ganhar um live-action, graças à Universal Pictures. Após o sucesso da DreamWorks, o estúdio quer replicar a jornada de Soluço e Banguela fora da animação. No entanto, o filme pode enfrentar algumas complicações.
A ideia de transformar animações clássicas em filmes live-action virou uma tendência lucrativa para a Disney. Mas há uma diferença crucial entre as adaptações das rivais de Hollywood: o fator nostalgia. A empresa do Mickey Mouse explora títulos que fazem parte do imaginário coletivo há décadas, como A Bela e a Fera (1991), O Rei Leão (1994) e A Pequena Sereia (1989). Essas histórias marcaram a infância de diferentes gerações e, consequentemente, seus remakes geraram bilheteiras gigantescas, mesmo com críticas.
Já Como Treinar Seu Dragão não tem esse mesmo apelo histórico. A animação tem “apenas” 15 anos e ainda é muito recente para o público que cresceu com ela. Diferente dos clássicos da Disney, que foram lançados no século passado, essa franquia ainda não precisou de uma revitalização para ser lembrada. As sequências lançadas em 2014 e 2019 ajudaram a manter a história relevante, e as séries derivadas continuaram expandindo esse universo.
Como Treinar Seu Dragão estreou há 15 anos
Divulgação/DreamWorks Animation
O maior risco para a Universal é o desgaste prematuro da franquia. A adaptação precisa oferecer algo além de um visual realista para justificar sua existência. O desafio será capturar a mesma emoção e química entre Soluço e Banguela sem cair no erro de apenas copiar a animação quadro a quadro. Esse problema, inclusive, afetou diretamente o remake de O Rei Leão (2019), que, apesar do sucesso comercial, foi criticado pela falta de expressividade de seus personagens.
Outro ponto a considerar é o impacto dos efeitos visuais. Criar um Banguela em CGI hiper-realista pode ser um desafio maior do que parece. Um dos grandes trunfos da animação era a personalidade do dragão, expressa através de seus olhos e movimentos quase caninos. No live-action, existe o risco de que ele perca esse carisma e acabe parecendo apenas um monstro genérico – algo que enfraqueceria a conexão emocional com o público.
No fim das contas, Como Treinar Seu Dragão não precisa de um live-action, mas isso não significa que ele será um fracasso. Se a Universal conseguir trazer uma nova abordagem, respeitando a essência da animação sem apenas replicá-la, o estúdio pode conquistar tanto os fãs antigos quanto um novo público.
Victor Cierro
Repórter da Tangerina, Victor Cierro é viciado em quadrinhos e cultura pop e decidiu que seria jornalista aos 9 anos. É o foca da equipe e cria da casa: antes da Tangerina, estagiou no Notícias da TV, escrevendo sobre filmes e séries.
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