(Foto: Divulgação/DC Studios)
Em vez de títulos conceituais ou poéticos, a prioridade é deixar tudo o mais direto possível
A DC está passando por uma fase decisiva, e isso inclui uma mudança silenciosa mas importante na maneira como seus filmes são batizados. A nova estratégia adotada por James Gunn e pelo estúdio lembra uma escolha que o MCU (Universo Cinematográfico da Marvel) fez desde o início e que se mostrou extremamente eficiente. A abordagem ganhou força após Superman, que estreou em julho com boa recepção de público e crítica, e segue moldando o tom do que vem a seguir.
A tendência ficou ainda mais clara quando Supergirl e Clayface também apareceram sem subtítulos. Antes, os dois longa metragens tinham rótulos mais extensos, como Supergirl: Woman of Tomorrow, mas o estúdio decidiu simplificar. É o mesmo método que o MCU usa desde 2008, quando lançou Homem de Ferro, Thor e Capitão América desta forma direta, deixando títulos maiores apenas para sequências ou casos específicos.
A escolha é prática, mas também estratégica. Nomes simples facilitam o reconhecimento instantâneo do público e deixam claro qual é o primeiro capítulo de uma franquia. Dessa forma, qualquer continuação consegue adotar títulos mais elaborados, sem confundir a ordem cronológica. A Marvel colheu bons resultados seguindo essa lógica por anos, e agora a DC parece querer repetir o mesmo caminho para consolidar sua nova fase.
David Corenswet e Dinesh Thyagarajan em cena de Superman
(Foto: Divulgação/DC Studios)
O movimento faz sentido no momento em que a DC tenta reorganizar sua identidade. Superman foi o responsável por abrir de vez o novo universo em julho, enquanto Comando das Criaturas e Pacificador, que também chegaram em 2025, também foram bem avaliados. Com o estúdio ainda apresentando suas bases, optar por títulos curtos ajuda a sinalizar ao público que esta é uma etapa inicial, uma espécie de reinício que precisa ser fácil de acompanhar.
A decisão também dialoga com um acerto antigo da própria DC. Na trilogia de Christopher Nolan, o primeiro filme foi Batman Begins, mas os seguintes aposentaram o nome do herói no título e apostaram em Cavaleiro das Trevas e Cavaleiro das Trevas Ressurge. Era uma escolha ousada, mas que funcionou muito bem e ajudou a distinguir a visão de Nolan de outras representações do personagem.
Agora, porém, o estúdio faz o caminho inverso. Em vez de títulos conceituais ou poéticos, a prioridade é deixar tudo o mais direto possível. A lógica é simples: se o objetivo é reconstruir a marca da DC desde o zero, começar com nomes que digam exatamente quem está em cena é a forma mais eficaz de estabelecer familiaridade e evitar ruídos.
Resta saber se o plano será seguido até o fim da primeira fase do universo de James Gunn. Por enquanto, a estratégia mostra que a DC está atenta ao que funcionou no MCU e não teme aprender com a concorrência para reforçar sua presença no mercado. A franquia ainda está nos primeiros passos, mas o novo padrão de títulos já revela o tipo de clareza narrativa que o estúdio quer transmitir daqui para frente.
Victor Cierro
Repórter da Tangerina, Victor Cierro é viciado em quadrinhos e cultura pop e decidiu que seria jornalista aos 9 anos. É cria da casa: antes da Tangerina, estagiou no Notícias da TV, escrevendo sobre filmes e séries.
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